Com o objetivo de reforçar a prevenção contra o Zika Vírus durante o período gestacional, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) irá distribuir 5.594 repelentes em todas as regiões de saúde do RN, de acordo com o número estimado de gestantes em cada município. Os casos de Zika durante a gestação são especialmente preocupantes devido à possibilidade de ocorrência de síndrome congênita associada ao Zika Vírus, com destaque para a microcefalia.
“A distribuição de repelentes é uma estratégia para diminuir o quantitativo de casos de Zika em gestantes no RN, que está liderando esse número entre os estados do Nordeste. O Estado efetivou a compra dos repelentes por entender a importância dessa proteção para evitar novos casos de microcefalia e possibilitar que sejam disponibilizados até novembro, período de sazonalidade da doença”, ressaltou a responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle das Arboviroses, Sílvia Dinara.
Além disso, a Sesap recomenda que as gestantes deem preferência a roupas compridas, que cubram o corpo, para se proteger contra picadas do mosquito Aedes Aegypt. Essas medidas devem ser combinadas aos cuidados relacionados à eliminação de possíveis criadouros do mosquito, que devem ser adotados por toda a população.
Dados
Em 2022, houve 30 casos confirmados de Zika Vírus em gestantes por critério laboratorial, segundo o mais recente boletim epidemiológico das arboviroses no RN, referente ao período compreendido entre a Semana Epidemiológica 1 até a 38, encerrada em 24 de setembro de 2022.
Neste ano, foram notificados 10 casos de microcefalia, tendo sido um caso testado e confirmado laboratorialmente como decorrência do Zika Vírus durante o período gestacional. Em 2021, houve 7 notificações de microcefalia e nenhuma confirmação quanto à relação com o Zika Vírus. Já em 2020, foram notificados 14 casos de microcefalia, com uma confirmação laboratorial para Zika Vírus e 3 casos negativos.
No que diz respeito à Zika, de uma forma geral, até a Semana Epidemiológica 38, foram notificados 7.481 casos da doença, sendo confirmados 561 casos, 4.254 casos considerados prováveis, 3.227 descartados e nenhum óbito confirmado. A incidência foi de 119,46 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Quanto à dengue foram notificados, nesse mesmo período, 51.290 casos no RN, dos quais 9.985 foram confirmados, 40.139 casos considerados prováveis, 11.151 descartados, 12 óbitos confirmados e 6 em processo de investigação. A incidência apresentada foi de 1127,21 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Com relação à Chikungunya, foram notificados no estado, até a Semana Epidemiológica 38, 18.269 casos da doença, sendo confirmados 3.986 casos, 14.023 casos considerados prováveis, 4.246 descartados e 4 óbitos confirmados. A incidência foi de 393,80 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Análise do cenário epidemiológico
“A curva das notificações das arboviroses teve uma queda considerável, porém elas permanecem sendo registradas. O aumento de casos ocorreu no período epidêmico de novembro a maio, com destaque para as semanas epidemiológicas 22 e 23, e desde então os números vêm diminuindo. Este ano o período de chuvas foi prolongado, o que pode ter sido um dos fatores para a intensidade das notificações, já que as águas acumuladas favorecem a proliferação do Aedes Aegypt”, explicou Sílvia Dinara.
A técnica destacou também a ocorrência de três sorotipos de dengue em circulação no estado, o que contribui para a relação dos óbitos com a predominância do sorotipo 2, que desenvolve formas mais graves da doença.
Prevenção
A Sesap reforça, junto à população, os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses:
• Mantenham os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito;
• Esfreguem com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais;
• Não coloquem lixo em terrenos baldios;
• Mantenham as caixas d´água sempre tampadas;
• Observem vasos e pratos de plantas que acumulam água parada;
• Observem locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;
• Recebam a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas;
• Mantenham em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.