Os dias recentes têm sido corridos. Cheios de demandas a serem resolvidas. Se é assim, que seja então. Estou em atraso com esta coluna e na semana passada, quando lia sobre um conceito japonês que encontra muitas vezes abrigo em meus pensamentos, anotei que escreveria acerca do tema. Gosto da cultura oriental. Da maneira de enxergar o mundo. Da disciplina. Da honradez. Durante um período da minha vida tive contato mais recorrente com todas essas boas práticas. Tenho uma amiga querida japonesa, inclusive. Certa vez quase embarquei rumo à Terra do Sol Nascente (mas deixa essa história pra outro momento).
Wabi-Sabi. Uma filosofia japonesa que propõe a arte na imperfeição. A beleza na rusticidade. A transitoriedade de todas as coisas. Por ser uma expressão originalmente japonesa não encontra uma tradução literal em outros idiomas. Mas isso é o que menos importa. A proposição de um pensamento voltado para a compreensão e aceitação do que não é perfeito é um caminho que sugere maturidade, empatia, equilíbrio interior. Encontrar paz na imperfeição.
Reconhecer que nem tudo é perfeito. Nem você. Nem os outros. A perfeição está apenas no desejo, no que projetamos, nos livros. A vida real é imperfeita. E todos temos nossas limitações. Tão bom seria se dedicássemos aos outros a mesma complacência que esperamos quando cometemos um erro. Seríamos mais leves e felizes.
O que me incomoda no outro não seria uma falha que eu mesmo precisaria melhorar? O quanto de tempo desperdiçamos prendendo nossa atenção no que falta ao meu semelhante e deixando escapar suas virtudes?
Ao invés de brigar pela perfeição, podemos encontrar alegria nas imperfeições que fazem da vida única e singular.
Que tal pensar sobre isso?