Matéria escrita pela estagiária Ingrid Furtado com supervisão de Likely Barros.
O Rio Grande do Norte foi o estado do Brasil que mais cresceu em beneficiários de plano de saúde desde de 2020 (17,9%). Com 13 operadoras de planos ativas e uma população de 3,3 milhões habitantes, 18,3% dos potiguares possuem um plano de saúde ativo – isso representa quase 2 em cada 10 potiguares.
Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Rio Grande do Norte é o estado do Nordeste que proporcionalmente mais tem pessoas cobertas por um plano de saúde, no Brasil ocupa a 11ª colocação.
Sátrio Araújo, criador de conteúdo e beneficiário de plano de saúde há três anos, explica que um dos motivos para buscar a cobertura foi a segurança: “Sabendo que a qualquer momento podemos ficar em situação vulnerável, é melhor prevenir do que remediar”. Para ele, o plano de saúde é uma forma de se proteger. “O amanhã só a Deus pertence e infelizmente, a qualquer momento podemos necessitar dos cuidados médicos”, explica.
No Estado, a menor proporção de beneficiários é no município de Venha-Ver, com apenas 10 moradores com planos de saúde em uma cidade com pouco mais de 3 mil habitantes (0,33%). Já a cidade de Natal possui a maior proporção: 44,18% de beneficiários, quase metade da população, de 750 mil habitantes.
Mossoró, a segunda maior cidade do Estado, ocupa o terceiro lugar do ranking com 28,56% da população assegurada por plano de saúde. Durante a pandemia, a cidade teve um crescimento de 27,68% na contratação de planos.
Ao TCM Notícia, a corretora de planos de saúde Angela da Silva Costa, de Mossoró, confirmou o crescimento. Ela explica que o aumento teve influência da pandemia de COVID-19: “As pessoas procuravam muito para ter uma segurança sobre o COVID. Não queriam se internar no SUS”, conta.
Apesar da preocupação com o novo vírus ter diminuído com o passar do tempo, a adesão aos planos de saúde não caiu. “Muita gente ainda mantém o plano e outros que deixaram cancelar estão procurando de volta”, explica Angela. Sobre o perfil dos contratantes, as faixas etárias são diversas: “Quem mais procura são os pais para crianças de 0 a 18 anos. Aí vem uma faixa etária entre 28, 29 a 33, aí vai para o idoso, de 59 ou mais”, explica a corretora.
Francisco das Chagas Fernandes, aposentado, aderiu ao plano de saúde ainda nos anos 80. Apesar das dificuldades de manter o benefício, ele aponta a saúde como prioridade já que prefere não depender do SUS. “Se tivesse a rede pública jamais eu pagaria um plano de saúde, mas é pela urgência, né”, conta.
Entretanto, Francisco ressalta os problemas dos planos de saúde. “Uma psicóloga que a gente vai, se é particular é uma hora, se for pelo plano é meia hora”, ele explica, “é muito difícil ter um médico que faça uma boa consulta, porque eles mesmos dizem que não é a mesma coisa”. Apesar dos pontos negativos, Francisco não abre mão do benefício: “Mas a gente paga com dificuldade né, porque tem esses momentos de urgência que a gente vai e é atendido. Mas a outra parte deixa muito a desejar”, conclui.