Através de nota publicada neste domingo (3), o cantor Wesley Safadão anunciou uma pausa na agenda de shows por tempo indeterminado para cuidar da saúde. Durante a última apresentação antes da pausa, realizada em Natal/RN no sábado (3), o artista desabafou sobre estar enfrentando problemas de saúde mental.
“Não estou tão bem nesses último dias, e hoje foi um dia muito difícil, já tem uns dois, três dias que eu não consigo dormir direito, e quando eu subi aqui… na verdade me deram um sossega leão hoje, às cinco da tarde […] Para quem não está entendendo o que o Safadão tem, na verdade é cabeça, é mental”, disse o cantor no fim do show.
Segundo a assessoria, Wesley enfrenta fortes crises de ansiedade, e vai dedicar o tempo para cuidar da saúde mental nos próximos dias. A situação enfrentada pelo cantor repercutiu nas redes e ascendeu o debate sobre transtornos psicológicos. De acordo com a psicóloga Leilane Andrade emoções como medo e ansiedade são naturais, o problema surge quando esses sentimentos atingem níveis excessivos.
“Quando a ansiedade atinge níveis excessivos, a pessoa se preocupa demais nas mais diversas áreas da vida, antecipando-se de ameaças que podem acontecer no futuro, trazendo prejuízos emocionais e físicos na funcionalidade do dia a dia aí sim é hora de buscar ajuda profissional, pois pode ser que ela tenha virado um transtorno. Entre os principais distúrbios de ansiedade catalogados está o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Pânico, Agorafobia, Mutismo Seletivo, dentre outros”, diz a psicóloga.
Leilane explica que o caso do cantor é um exemplo que ser uma pessoa bem sucedida não significa ter saúde mental. “Qualquer um de nós está sujeito a desenvolver uma doença mental ou transtorno mental, pois as causas são multifatoriais e todos nós estamos suscetíveis a situações estressoras e em determinado momento podemos precisar de ajuda profissional para conseguir lidar com elas”.
Segundo a psicóloga, é importante observar o próprio comportamento, as emoções e os pensamentos diante das situações para conseguir identificar quando a ansiedade se tornou um problema.
“Há sinais emocionais e físicos. O excesso de preocupação, a tensão, o turbilhão de pensamentos do tipo “e se isso der errado?”, “e se eu estiver com uma doença muito ruim?”, /’e se eu não conseguir?”. A pessoa está sempre preocupada, odeia incertezas, dorme mal, não consegue relaxar, pode ter insônia, sentir dores no corpo, enjoos”, fala Leilane Andrade.
O caso veio à tona em pleno setembro, mês em que acontece a campanha de prevenção ao suicídio. Para a psicóloga, essa coincidência contribui para a atenção que os cuidados com a saúde mental merecem.
“Debater essas temáticas nos mais diversos espaços da sociedade, como escolas e empresas, estimulam às pessoas a identificar os sinais e sintomas, a ter sua dor acolhida, a saber que não está sozinho e que há locais e pessoas a quem procurar ajuda”, finaliza.