“Não tenha medo da perfeição, você nunca irá atingi-la”. Com essa frase, o pintor espanhol Salvador Dalí traz à luz da reflexão uma das maiores experiências vividas pelo ser humano: o medo. Será possível dominá-lo? Como enfrentar aquilo que nos faz sofrer?
Antes de aprender alguns mecanismos de enfrentamento ao medo, vale salientar que o primeiro passo é identificar em si mesmo sinais emocionais que precisam ser fortalecidos.
Uma pessoa emocionalmente vulnerável tem a ideia de que não está segura e cria uma barreira de proteção como se estivesse sempre preparada para ser atacada. Isso faz com que ela acabe levando um comentário para o lado pessoal, como se tudo fosse uma indireta dita para atingi-la.
A fragilidade emocional também provoca dependência das próprias emoções. A pessoa sente a necessidade de fazer algo porque precisa ser feito condicionando isso à emoção sentida. Por exemplo, se está cansada, procrastina; se sente raiva, desconta em alguém.
Não se posicionar e defender seu ponto de vista também é outro sinal demonstrado por alguém emocionalmente frágil. Assim, evita conversar com pessoas que discordam do que pensa para não precisar defender-se por medo da confrontação.
Fugir de um problema também é um comportamento que reforça o medo. Muitas vezes, é preciso enfrentar o estresse para que se possa fortalecer o emocional. Portanto, um dos princípios fundamentais para enfrentar o medo é identificar aquilo que o leva a fugir ou a evitar.
Diante de algo que provoca medo, o cérebro interpreta o perigo e envia o comando de fuga com o sentido de proteção, provocando o “ciclo do medo” ou “ciclo da evitação”. O problema é que isso eleva o medo e cada vez mais esse sentimento aumenta.
Um outro princípio de enfrentamento do medo é a exposição gradual àquilo que provoca o medo. Esse é um método eficaz para intervir em problemas específicos como as fobias, pois ensina o paciente a controlar a emoção desagradável e a lidar com a situação de outra maneira.
Uma dica para conhecer aquilo que provoca medo é desenhar uma escada e escrever seus medos nos degraus. No degrau mais baixo fica aquilo que causa menos medo e à medida que os degraus sobem também vai aumentando o nível do medo. Agora você sabe os medos que possui e precisa enfrentar. É orientado que esse enfrentamento seja feito sob a supervisão de um psicoterapeuta para garantir a eficácia da técnica e que não haverá desistências no meio do caminho.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
@leilaneandpsicologa