O custo da Cesta Básica Essencial Individual (CBEI) em Mossoró teve uma redução significativa nos preços ao longo de 2023. O valor médio da cesta básica foi de R$ 492,53 no último mês do ano, marcando uma diminuição de 3% em relação ao mês anterior, e concluindo 2023 com uma queda acumulada de 5,8%. Os dados são do Índice Cesta Básica Essencial (ICBE) desenvolvido pelo LECON/UFERSA.
Entre as áreas pesquisadas, a Zona Sul de Mossoró registrou o valor mais alto, R$ 504,72, enquanto a Zona Norte apresentou o menor, R$ 474,95. Nota-se um aumento maior nos preços de arroz, banana e açúcar, em contraste com a significativa redução nos valores de óleo de soja, carne e feijão.
Em Angicos, a cesta básica encerrou o ano com uma redução de 1,5%, com o preço médio atingindo R$ 500,97. Destacam-se os aumentos em itens como arroz, farinha e leite integral, enquanto os maiores declínios de preço foram observados em óleo de soja, tomate e feijão.
Caraúbas também acompanhou essa tendência de queda com a cesta básica apresentando uma redução de 7,6%, fechando o ano com um custo médio de R$ 494,54. Os produtos que mais sofreram aumento foram arroz, farinha e banana, enquanto óleo de soja, leite integral e margarina registraram as maiores quedas.
O destaque entre os municípios vai para Pau dos Ferros que, apesar da falta de dados específicos para dezembro, estima-se que a cesta básica tenha alcançado um gasto médio de R$ 436,19, resultando numa impressionante redução anual de 18,1%. Os preços de tomate, óleo de soja e feijão diminuíram consideravelmente, enquanto açúcar e banana apresentaram alta.
Ao longo de 2023, foram monitorados indicadores de custo de vida e poder de compra em quatro municípios, contemplando a Cesta Básica Essencial Familiar, o Salário-Mínimo necessário/Renda familiar e a Cesta Básica Essencial Individual em horas trabalhadas, além do percentual da Cesta Básica Essencial Individual sobre o Salário Mínimo, e o poder de compra do Salário Mínimo e do Bolsa Família em CBEI.
Em todos os municípios, houve melhora nesses indicadores, refletindo a redução do custo de vida e o aumento do poder de compra, impulsionados pela diminuição do custo da cesta básica e pelo aumento do salário mínimo e do Bolsa Família.
O poder de compra do salário mínimo frente a cesta básica cresceu 19,8% em Mossoró, 10,6% em Angicos, 21,1% em Caraúbas e 23,9% em Pau dos Ferros. O poder de compra do Bolsa Família frente a cesta básica cresceu 21,1% em Mossoró, 23,6% em Angicos, 24,3% em Caraúbas e 35,7% em Pau dos Ferros. Nos 12 meses de 2023 o Salário Mínimo cresceu 8,9% e o beneficio médio do Bolsa Família cresceu 10,7%.
CARNE BOVINA E ÓLEO DE SOJA APRESENTARAM MAIORES REDUÇÕES
De acordo com o Índice Cesta Básica Essencial (ICBE), desenvolvido pelo LECON/UFERSA, observou-se uma diminuição no valor médio da cesta básica essencial nas quatro cidades brasileiras estudadas ao longo do ano. Levando em conta os dados do IBGE de 2022, cerca de 60% da população no Brasil recebe até um salário mínimo, sendo este percentual ainda maior no Rio Grande do Norte, atingindo 73%.
Portanto, a redução nos custos dos alimentos essenciais implica que os trabalhadores destinam uma menor parcela de sua renda para estas despesas, possibilitando uma melhoria no padrão de consumo.
Dentre os itens da cesta básica essencial, alguns merecem atenção especial pelo seu desempenho no ano de 2023. Conforme apontado pelo DIEESE, o preço da carne bovina de primeira sofreu uma queda notável, influenciada pelo aumento da oferta no mercado interno e pela suspensão temporária das exportações para a China.
Além disso, o óleo de soja também apresentou uma redução no preço, beneficiado por uma produção recorde no ano. O feijão, apesar de ter começado o ano com preços elevados devido à diminuição da área plantada na primeira safra, viu seus preços caírem nas safras subsequentes.
No entanto, alguns produtos registraram aumentos significativos. O arroz, por exemplo, teve seu preço médio elevado tanto pela demanda interna quanto pela externa. A farinha de mandioca, apesar do aumento na área plantada, sofreu com a elevação dos preços devido à maior demanda interna e a problemas climáticos.
Por fim, o açúcar destacou-se pelo aumento nas exportações, impulsionado pelos preços internacionais favoráveis em um cenário de menor oferta global, o que afetou a disponibilidade do produto no mercado interno.