O que é felicidade? De onde vem? Como alcançá-la? O discurso a respeito da felicidade é permeado nas diversas áreas do conhecimento, sobretudo na filosofia, mas também na literatura e na poesia. Desde os gregos pré-socráticos, há a busca em desvendar, interpretar, analisar, descrever a felicidade. Para os otimistas: seria mesmo possível? Para os pessimistas: não, é impossível.
Para Aristóteles, a felicidade é o objetivo supremo do ser humano, todas as ações humanas tem como finalidade alcançar a felicidade. Para outros filósofos, felicidade estaria ligada ao prazer, aos interesses pessoais, a evitação da dor, poderia ser momentânea ou uma busca insatisfatória e inalcançável, ou só seria possível mediante a harmonia entre natureza e sociedade.
Com tantos significados, percebe-se que definir felicidade é uma missão quase impossível, afinal, o conteúdo do termo pode variar de pessoa para pessoa. Logo, entende-se que o bem-estar e a felicidade pessoal são percepções subjetivas. Para alguns, felicidade pode significar possuir bens materiais, ter boa saúde, harmonia familiar, estar com boa aparência, ter sucesso na profissão, viajar etc.
Nos últimos anos, a ciência tem se interessado mais pelo estudo da felicidade, sobretudo a Psicologia e a Psiquiatria, como é o caso da psicologia positiva, que tem como foco investigar os estados afetivos positivos (felicidade, contentamento, resiliência, otimismo, gratidão, qualidade de vida etc.).
A Organization of Economical Cooperation and Development (OECD), organização internacional com mais de 60 anos de atuação e presente em 34 países, tenta medir o nível de felicidade das pessoas, substituindo o termo por “bem-estar subjetivo”, cuja definição é “bons estados mentais, inclusive toda a variedade de avaliações, positivas e negativas, que as pessoas fazem de suas vidas e as reações afetivas às suas experiências”.
Para mensurar o conceito, “bem-estar subjetivo” envolve três dimensões: 1) Avaliação da satisfação com a vida; 2) Afetos; e 3) Eudaimonia. A primeira está relacionada à dimensão cognitiva, ou seja, as reflexões que a pessoa faz sobre sua própria vida. A segunda são os sentimentos e emoções num determinado período de tempo. E, a terceira diz respeito ao sentido de significado ou objetivo na vida.
O pesquisador, escritor, psiquiatra americano Robert Cloninger, no livro Feeling good: the science of well-being (tradução em português: “Sentir-se bem: a ciência do bem-estar”), afirma que a felicidade autêntica requer uma maneira coerente de viver. Em outras palavras, a expressão “felicidade” está relacionada com a regulação de todos os processos humanos: aspectos sexuais, materiais, emocionais, intelectuais e espirituais da vida e eles podem ser adaptativos ou não, pois dependem do que as pessoas acreditam que sejam seus objetivos e valores.
E pra você, o que é felicidade? Numa escala de 0 a 10, o quanto você está satisfeito com sua vida atualmente?
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
@leilaneandpsicologa