Começou nesta segunda-feira (4) o esquema vacinal contra poliomielite no Brasil passa a ser composto exclusivamente por uma dose da vacina inativada poliomielite (VIP). A decisão do Ministério da Saúde foi tomada com base em novas evidências científicas que demonstram a eficácia superior da vacina injetável em comparação com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), popularmente conhecida como ‘gotinha’.
Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 38 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e a meta do Ministério é alcançar uma cobertura vacinal de 95% até o final do ano. Em 2023, a cobertura da VIP foi de 86,5%, enquanto a VOP alcançou 78,2%, de acordo com dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). No Rio Grande do Norte, as taxas foram de 83,47% para a VIP e 76,52% para a VOP.
Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), destaca que a mudança alinha o Brasil a uma tendência mundial, já adotada por países como os Estados Unidos e diversas nações europeias. “Estamos substituindo as duas doses de reforço da gotinha por uma única dose da vacina injetável, que oferece uma plataforma mais segura e eficaz na proteção de nossas crianças”, afirma Gatti.
O novo esquema vacinal, que substitui a administração de três doses da VIP e duas doses da VOP, simplifica o processo para a imunização infantil. Agora, as crianças receberão a vacina da seguinte forma:
- 2 meses – 1ª dose
- 4 meses – 2ª dose
- 6 meses – 3ª dose
- 15 meses – dose de reforço
A mudança representa um passo importante para garantir que o Brasil mantenha-se livre da poliomielite, uma doença que não é registrada no país há 34 anos, em grande parte devido à vacinação em massa.
Embora a campanha de vacinação mude, o icônico personagem Zé Gotinha, símbolo da luta contra a poliomielite, continuará ativo na promoção da vacinação e da saúde pública. Gatti ressalta que “o Zé Gotinha não vai desaparecer; ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI”.