As funções de árvores e plantas na nossa vida são inúmeras, desde o ar que respiramos, à arborização de ambientes, o fornecimento de frutos e ainda a alimentação de animais. Um projeto desenvolvido pelo Setor de Produção de Mudas (Seprom) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em parceria com o Grupo de Estudos Sobre Forrageiras para o Semiárido (Gefos), está engajado na produção de forrageiras arbóreas, árvores que podem ser utilizadas na alimentação de vários tipos de animais.
“É uma novidade aqui para a gente, porque a gente sempre produzia mudas nativas e mudas frutíferas e agora, com essa parceria com o Gefos, a gente vai também produzir mudas para alimentação animal.”, conta Giorgio Mendes, coordenador do Seprom.
A ideia é converter árvores como a gliricidia, moringa, jucá e outras em alimento para bovinos, ovinos, caprinos e até animais da avicultura. O projeto conjunto iniciou em 2025 e já está dando resultados.
“Fornecer para a comunidade materiais que realmente são estudados pela Universidade para a Produção Animal e a gente vai fazer com que eles tenham a maior utilização, eficiência na nossa utilização. Essa parceria veio a somar pela expertise que tem o setor de mudas na produção desses materiais e as espécies que a gente tem o conhecimento do nosso grupo de estudo. Então a gente ficou muito feliz do aceite do coordenador do Seprom para nos auxiliar e a gente está dando um pontapé inicial que é para produção, primeiramente a parte de sementes, para germinação dessas sementes e aí consequentemente produção de mudas e as etapas seguintes a valer aí um projeto satisfatório.”, explica a professora responsável pelo Gefos, Liz Carolina.
Aproximadamente 1.500 mudas já estão sendo cultivadas pelo projeto com a ideia de expandir cada vez mais. O cultivo das forrageiras arbóreas são divididas em três etapas: multiplicação e produção de mudas em uma área dedicada, avaliação da produção por parte da equipe e a distribuição das plantas.
“A gente já começou a fazer a coleta das sementes dessas principais forrageiras. Algumas dessas espécies já foram semeadas, algumas já estão germinando, depois disso elas vão diretamente para o saquinho, vamos produzir a muda e finalmente vamos distribuir para o produtor rural.”, explica Giorgio Mendes.
O cultivo das forrageiras arbóreas podem reduzir o custo com alimentação dos animais em até 30%. A expectativa do projeto é que mais agricultores fiquem sabendo sobre essa ideia e não só pratiquem, como também se conscientizem sobre o assunto.
“O principal impacto é a conscientização e a melhor utilização para fornecer um alimento de qualidade para os animais. Então vamos trabalhar aqui tanto para o enriquecimento de uma mata de caatinga, onde vai ter alimentos realmente que possam favorecer a nutrição do animal nos períodos mais críticos e com plantas mais adaptadas, como também a gente vai fornecer para que eles possam trabalhar bancos de proteína e aí consequentemente vai melhorar a qualidade nutricional dos animais.”, explica Liz Carolina.