Você já pensou que pode estar vivendo no automático? Como assim no automático? Vou tentar explicar. O ato de respirar é automático, certo? Ele faz parte do sistema nervoso autônomo, ou seja, não há necessidade de pensar para que ele seja ativado. Vejamos agora os pensamentos e o comportamento. Na prática nós podemos controlar o que pensamos e as atitudes que tomamos. Em outras palavras, não são ações automáticas.
No entanto, quando estamos vivendo de maneira automática perdemos a sensação de estar presente no aqui e agora. Você costuma esquecer o nome das pessoas ou algum assunto relatado por alguém? Trabalhar em uma única coisa por mais de uma hora está difícil? Usa excessivamente as redes sociais? Tem costume de dizer “essa semana voou”, “esse ano passou muito rápido”?
Esses são alguns sinais que indicam que você possa estar vivendo no automático, concentrando-se mais no futuro do que no presente, buscando as mesmas soluções para os mesmos problemas antigos, procrastinando conversas e tarefas importantes.
Então, como sair do automático? Uma das maneiras é através da prática da atenção plena, onde o indivíduo se coloca num estado psicológico com foco no momento presente. Além de tirar do automático, essa prática ajuda a diminuir níveis de ansiedade, combate a depressão e auxilia na autorregulação emocional.
A melhor maneira de iniciar a atenção plena é com técnicas de respiração, como a diafragmática. O foco é se voltar para si ao respirar, dando total atenção ao movimento automático da respiração, observando a entrada e a saída do ar, as respostas do corpo como a movimentação dos ombros e do abdômen.
A partir desse exercício, a atenção plena é levada para outros momentos do cotidiano, por exemplo, ao dirigir, tomar banho, fazer as refeições. O objetivo é buscar focar nas próprias ações, centrando-se no viver presente, evitando assim as distrações que conduzem aos pensamentos e comportamentos automáticos.
Dar-se conta e desligar o automático não é fácil, mas também não é impossível. Concorda? Mesmo após um dia estressante, um momento ruim, permita-se uma pausa. Inspire, segure o ar contando até 4 e expire contando até 3. Repita o exercício quantas vezes forem necessárias, perceba que mesmo a respiração que é um ato praticamente automático, você pode controlar. Assim como você pode assumir o controle da sua própria vida.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
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