No texto anterior abordamos o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e como sabemos, esse distúrbio não tem cura, afinal ele é do neurodesenvolvimento, ou seja, a pessoa já nasce com ele e as causas são multifatoriais.
Agora, vamos conhecer um pouco sobre as técnicas de manejo que a Psicologia de base comportamental, como a abordagem psicológica Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), utiliza na sua prática para auxiliar as pessoas diagnosticadas com TDAH a conseguir seguir sua vida dentro da normalidade reduzindo as dificuldades causadas pelos sintomas.
A primeira é o Mindfulness, um conjunto de técnicas de atenção plena, focada no presente, e que tem como objetivo evitar distrações, o conhecido “viver no automático”. Através dessa técnica é possível ensinar o cérebro a ter mais foco e atenção, já que esse órgão humano possui alta capacidade de desenvolver muitas habilidades.
Outra técnica bem difundida é a organização preventiva. Manter um ambiente organizado faz com que ele seja desfavorável para a desatenção, dificultando o erro. É importante evitar possíveis distrações. Por exemplo, se vai estudar, deixe o celular longe do alcance; estabeleça rotinas, seja de estudo, trabalho, lazer, autocuidado, leitura…
Os pais podem estimular os filhos a organização e não fazer tarefas que eles podem executar. Se o filho precisa arrumar o quarto todos os dias e não faz, não faça, senão ele não treina o cérebro para o comportamento “arrumar o quarto”. Melhor ajudá-los criando estratégias como estabelecer horários, murais, colocar despertador para tarefas, favorecendo um ambiente agradável e sem distrações para os estudos.
Já experimentou dividir a tarefa em partes com intervalos de descanso? Essa técnica se chama “Pomodoro”. Se é necessário estudar para uma prova e para isso são necessárias pelo menos duas horas para bater o conteúdo, tente dividir em partes de 25 minutos, com 5 minutos de descanso entre uma parte e outra até conseguir as horas necessárias. A ideia da técnica é amenizar os impactos da tarefa e torná-la mais leve, com menos sofrimento ou vontade de desistir.
Nem todos os casos de TDAH precisam tomar medicação, mas tanto para os casos que necessitam de tratamento medicamentoso, como aquelas pessoas diagnosticadas que não necessitam, para ambas ter bons hábitos é fundamental, como a prática de atividade física e uma rotina organizada ajudam a ter mais qualidade de vida.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
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