Ontem fui deitar um tanto inquieto. Muitas mudanças por vir. Decisões para tomar. Demandas de mais. Tempo de menos. Antes de qualquer entendimento precipitado: adoro essa rotina. Os dead lines. Encontrar soluções em curto prazo. Enxergar sistemicamente cada cenário que se apresenta em minha frente. Mas os dilemas não desistem de mim e vez por outra insistem como a gota incansável da torneira desregulada.
Adormeci com uma decisão tomada.
Acordei e fui convidado a reconsiderar meu entendimento.
Recebi uma mensagem de uma jovem querida amiga. Uma escritora e leitora de minha pena. Não tem ainda a idade de minha filha mais velha, mas me trouxe com maturidade de volta de um caminho que julguei correto. Como é importante chegar a uma fase da caminhada em que não faz mal ser “corrigido”. Meu compromisso é com o acerto (gosto de repetir isso). Mesmo que eu erre no percurso.
Pois bem, minha dileta interlocutora me mandou um post de um perfil nas redes sociais. O texto trazia uma pertinente reflexão sobre a Páscoa. Destaco o trecho a seguir:
(…)se vamos ressurgir, então que não esteja em nossas mãos o açoite aos oprimidos, mas o acalento aos que sofrem! Nas leis do retorno, talvez sejam estes um dia a nos acalentar. Que nossa boca não braveje ódio, mas firmeza na brandura! Nas leis do retorno, este amor nos voltará…
Fiz essa leitura às 4h20 da madrugada. Chacoalhou-me bem mais que a água gelada do chuveiro. Lavou meu pensamento e me situou em quem eu sou.
– Bom dia! Eu estava precisando desse texto.
Agradeci.
Por vezes, a serenidade escapa entre os dedos. O ar fica mais curto nos pulmões. O desejo de agir reativamente nos toma com a força dos fracos.
Que bom que a vida nos dá a chance de dar um passo para trás e ajustar a rota. Pisar com segurança no chão firme do equilíbrio, da sensatez, da honra e da coerência nos leva sempre ao melhor caminho.
Sigamos, pois.