Uma pesquisa realizada em todo Brasil indica que em 2022 haverá diminuição nas contratações de fim de ano no país em relação ao ano de 2021. De acordo com o levantamento aproximadamente 95 mil vagas serão abertas no país até dezembro, número abaixo da projeção da pesquisa de 2021, que era 105.723 vagas.
A pesquisa foi feita pela Confederação Nacional dos Dirigentes Legistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Segundo os dados, os principais motivos entre os empresários que não irão contratar são:
- 35% não acreditam que haverá um aumento significativo da demanda que justifique as contratações;
- 25% dizem que não possuem verba suficiente para contratações;
- 19% dizem que os encargos trabalhistas são muito altos.
Já entre os que pretendem contratar, 77% afirmam querer suprir a demanda que normalmente aumenta nesse período do ano.
“A diminuição do número de vagas que serão abertas mostra um cenário de cautela e incertezas por parte dos empresários, o que pode estar ligado ao momento do país, com cenário eleitoral, inflação alta e elevação da taxa de juros”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Mesmo com a projeção de redução, o levantamento também traz dados positivos:
87% dos empresários não fizeram demissões nos últimos 3 meses. O percentual é 10 pontos percentuais maior em relação a 2021. De acordo com o levantamento, 69% dos entrevistados afirmam que pretendem manter o número de funcionários para o 2º semestre, enquanto 16% pretendem aumentar o quadro de colaboradores. 26% dos empresários afirmam que já contrataram ou pretendem contratar funcionários para o final de ano.
“Ao mesmo tempo, vemos o crescimento do PIB e que as empresas estão demitindo menos, o que traz alívio para os funcionários e aponta uma maior estabilidade do desemprego no país”, completou o presidente.
Contratações temporárias, sem carteira assinada
Considerando apenas os empresários que já contrataram ou irão contratar funcionários para o fim do ano, a pesquisa mostra que pouco mais da metade, 55%, pretende contratar mão de obra temporária e 32% pretendem fazer contratações por tempo indeterminado.
Entre as empresas que farão contratações temporárias, 78% farão contratações neste formato com duração de até 3 meses. A média de funcionários contratados temporariamente será de 1,5. Considerando a forma da contratação, 49% afirmam que fará contratações informais e 48% farão contratações com registro. Apenas 14% farão contratações de terceirizados.
Vendedor, ajudante e balconista serão as funções mais demandadas
Em relação ao perfil dos funcionários já contratados ou que ainda serão contratados, as mulheres são preferidas (25%) em relação aos homens (17%), embora a maioria (55%) afirme não se importar com o sexo dos funcionários.
Mais da metade das empresas (61%) prefere jovens de 18 a 34 anos – sendo a faixa etária média de 28 anos. A expectativa média de salário é de 1,36 salários-mínimos, cerca de R$ 1.648. Quanto a jornada de trabalho, a maioria (63%) ofertará vagas entre 6h a 8h diárias.
De acordo com os empresários, 30% pretendem iniciar as contratações em outubro, 26% em novembro e 17% em dezembro. Há uma grande variedade de cargos e funções, porém as mais demandadas pelas empresas serão: vendedor/a (29%), ajudante (24%), balconistas (16%), cabeleireiro/a (7%), manicure (7%) e entregador/a (6%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 de agosto a 02 de setembro de 2022 e ouviu 770 casos. O público-alvo foi proprietários ou responsáveis pela gestão de empresas de todos os portes dos setores de comércio varejista e serviços, situadas nos 27 estados brasileiros.