É numa rua de terra, bem no meio do Bairro Canutos e Filho, em Caicó/RN, que fica a Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti. Em tons de amarelo, a fachada simples é escondida pelos galhos das árvores que garantem a sombra que ajuda a aguentar o calor do Seridó Potiguar.
Logo na entrada, no pátio, mais uma estratégia para driblar o sol: uma tenda enfeitada com fitas coloridas cobrindo as cadeiras que as crianças costumam sentar para lanchar na hora do recreio. Poucos passos são necessários até chegar na cozinha onde a merenda é preparada, ou até o corredor cheio de cartazes e pinturas que dá acesso às salas de aula.
Ao entrar na Maria Leonor é fácil reconhecer, através da memória visual, que estamos em um típico ambiente escolar. Mas como funciona para quem nunca viu de fato o giz passeando na lousa?
A escola é uma das duas unidades de educação do município, que é responsável pela alfabetização de alunas com deficiência visual. Além da preocupação com a acessibilidade na estrutura, a equipe pedagógica se desdobra dia após dia para aprender o braille e a usar o reglete – acessório que permite a escrita de pessoas cegas.
Mas foi através da junção de forças de educadores com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) que o uso da tecnologia tornou o ensino mais inclusivo em Caicó.
AQUÁRIO VAZIO, CORAÇÃO CHEIO
Aos 53 anos, Franceli Canuto dedica seus dias a cortar cabelos na barbearia e à grande razão de tanto trabalho, a filha Tayla Ayala, de 8 anos. Estudante do 2º ano do ensino fundamental, a menina nasceu com perda total da visão. Uma realidade que pegou o pai de surpresa.
“Foi muito difícil. Alguns traumas. Quem esperava essa situação? Foi complicado. Vem a aceitação, vem o desgosto, né? Você não pode corrigir, não pode fazer nada que compense. Até um aquário que eu tinha, eu desmontei, porque tinha desgosto que ela não via esse aquário”, relembra Franceli.
Vestido com uma camisa do time de coração, o Corinthians, com o óculos de sol pendurado na gola, o barbeiro de olhar sereno conta que passou muito tempo se perguntando o que fazer para reparar a deficiência da filha. Demorou, mas ele entendeu, que assim como toda criança, o que Tayla mais precisava era de cuidado. Aceitou a realidade, e entrou em campo para dar à filha o melhor que ela poderia ter.
“Eu adaptei a casa todinha pra ela. Os espaços. Criei o ambiente pra facilitar pra ela, pra não ter nada que atrapalhe a vida dela no dia a dia”, explica.
Os anos passaram, Tayla cresceu, e Franceli teve que encarar o desafio de ver a filha sair do ambiente controlado e começar a frequentar a escola. Na época, ele chegou a buscar alguma instituição privada, mas foi só na educação pública que encontrou o acolhimento que procurava.
“Quem me deu a mão no início foi Conceição, diretora daqui na época, que eu tinha muita amizade. Procurei ela pra conversar e ela me disse que iria fazer o que pudesse pela gente”, fala Franceli Canuto.
Tayla entrou na escola aos três anos e a mudança na vida dela foi imediata. O contato com outras crianças estimulou a comunicação e o desenvolvimento. De cabelo cacheado preso com um laço vermelho, óculos de armação rosa e o sorriso com discretas covinhas, hoje ela cita facilmente quais coleguinhas mais gosta na sala.
A chegada de Tayla fez com que a equipe da escola encarasse uma realidade antes desconhecida: trabalhar com a educação especial. Rosineide Oliveira é professora há 24 anos, mas nem a faculdade, nem as incontáveis horas dentro da sala de aula foram capazes de prepará-la para o desafio que é alfabetizar uma criança com deficiência visual.
“Foi desafiador. Tive aquele pânico, me apavorei, tinha dia que de noite eu não conseguia dormir pensando em como que eu ia trabalhar com ela. Mas eu tive ajuda da equipe, da escola. Fui buscar conhecimento, e deu tudo certo”, lembra a professora.
A acolhida da menina, fez com que Franceli ganhasse a confiança da escola. No início usava um toque diferente no celular para quando as professoras ligassem, mas hoje, deixa Tayla com tranquilidade. “A escola recebeu a gente de uma maneira incrível. O que eles fizeram depois que Talya veio estudar aqui foi perfeito. Sabe o que é uma benção na vida dessa menina? É essa escola“, destaca o pai.
PROFESSOR ENSINA, MAS NUNCA PARA DE APRENDER
Eliane Lopes é uma dona de casa de 37 anos. Tímida, ela relembra quando a filha, Pâmela Cristina, de 5 anos, iniciou a vida escolar. Eliane buscou a Escola Maria Leonor por ser próxima de casa, mas quando soube que a instituição já trabalhava com uma criança com a mesma deficiência que a filha, teve a certeza que estava fazendo a melhor escolha possível.
“A diretora mostrou todo o trabalho que faziam com Tayla. Eu gosto muito daqui, a escola é muito boa, todos os professores que ela já passou trataram ela muito bem”, diz.
Pâmela é a segunda filha de Eliane. A primeira, Pollyana Helen, de 8 anos, também nasceu com deficiência visual. Para a mãe, o choque da condição da filha mais velha trouxe a compreensão necessária para lidar com a mais nova.
“Primeiro foi com a outra mais velha, toda a dificuldade. Aí quando ela nasceu a gente já ficou com essa preocupação e fomos se adaptando. Até hoje estamos ainda adaptando a vida dela”, explica a dona de casa.
Ainda bebê, Pollyana passou a morar com a irmã de Eliane, Érica Lopes. A tia, que acabou recebendo o título de mãe, é quem cuida dela até hoje.
Assim como Eliane fez com a caçula Pâmela, Érica, a irmã que cria Pollyana, também não mediu esforços para que a menina tivesse uma rotina como qualquer outra criança. “A gente nunca limitou as atividades dela. Sempre deixamos ela livre. E ela sempre quis fazer tudo sozinha. Ela anda de bicicleta, ela desce calçada, ela vai pra vizinha sozinha”.
Pollyana estuda na Escola Municipal Irmã Maria Assunta Vieira. A unidade fica no Bairro Vila do Príncipe e exibe na fachada azul a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Assim que chegou na escola, a menina impôs à professora Rosemery Santos uma missão: ensiná-la o braille.
“Pollyana quando chegou já me botou um grande desafio, porque ela já veio dizendo assim: “eu vim pra aprender o Braille, é você que vai me ensinar?” Eu não tinha domínio. Foi só na pesquisa mesmo e procurando informações. Ela aprendeu com muita facilidade, e já saiu lendo algumas palavrinhas no primeiro ano”, lembra a educadora.
Rosemary conta com brilho nos olhos como a sede de Pollyana de aprender a motivava a ser uma profissional melhor. Esse foi o ensinamento que ela passou para Sônia Pereira, atual professora da estudante.
Há mais de 30 anos, Tia Sônia, como é carinhosamente chamada por Pollyana, trabalha com educação. Por trás do óculos de grau, faz cara de brava quando está ajudando as crianças a soletrar, mas logo abre um sorriso quando escuta os alunos pronunciando corretamente as palavras.
Professor ensina, mas nunca para de aprender. Apesar de se preparar para receber uma aluna com deficiência visual na sua sala de aula, a professora viu que a prática é bem mais árdua que a teoria. No primeiro bimestre deste ano, o trabalho foi dobrado para adaptar o ensino. Em junho, essa realidade começou a mudar. Sônia, assim como as outras educadoras responsáveis por Tayla, Pâmela e Pollyana, ganharam um parceiro de peso – o Ministério Público do RN. E um reforço relevante – um scanner leitor para pessoas com deficiência visual.
A TECNOLOGIA COMO ALIADA
O scanner com voz Sara-Pc tem um funcionamento simples, conectado a um notebook, ele escaneia as páginas dos livros e converte em áudio, narrando o texto para a pessoa que não enxerga.
A ideia de usar o equipamento na escola com as meninas surgiu de uma forma despretensiosa. A Secretaria Municipal de Educação de Caicó participava de audiência com o Ministério Público para tratar de outra demanda da educação especial, quando, no meio da conversa, a tecnologia foi citada.
“Nós estávamos numa audiência no Ministério Público tratando de uma outra demanda da educação especial e quando terminou, a gente começou a falar de outras questões de educação especial e externamos a preocupação com as crianças que têm deficiência visual. E aí doutor Vicente falou do aparelho e foi rolando aquela ideia de poder oportunizar isso para as meninas”, relembra Sérgio André, secretário de Educação.
Representante da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caicó, Vicente Elísio Neto foi o promotor responsável por apresentar o equipamento ao time da Secretaria. O entendimento do quão importante seria o uso da tecnologia pelas meninas foi quase que imediato. O Município resolveu adquirir os scanners, mas os recursos não eram suficientes para comprar também os notebooks.
O promotor se sensibilizou com a situação, e além da ideia, entendeu que sua atuação precisaria ser mais prática. Entrou em contato com a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), contou o que se passava e pediu ao órgão a doação dos computadores.
Os trâmites burocráticos para aquisição dos aparelhos demoraram cerca de dois meses, e em junho eles foram entregues às escolas.
“A entrega não foi uma atividade, um ato, uma iniciativa, ou uma promoção isolada, mas sim uma ação no contexto de uma série de demandas da educação especial que nós temos diariamente com a rede municipal”, explica Vicente Elísio.
Para ele, a entrega dos scanners às estudantes foi muito mais que o exercício do seu dever enquanto promotor. Representou também a convicção de como a educação, quando inclusiva, é capaz transformar a vida de uma pessoa com deficiência, assim como transformou a dele.
EDUCAÇÃO COMO CAMINHO, INCLUSÃO COMO MISSÃO
De cabelos e barba grisalhos e com óculos escuros no rosto, Vicente Elísio usa um paletó bege que cobre a camisa branca de botão, e por vezes chega a esconder a fita colorida amarrada ao pulso direito. Vicente é o tipo de pessoa que gosta de ouvir e contar histórias. Aprendeu isso principalmente com a mãe, que até hoje costuma ler livros para ele.
Natural de Nísia Floresta, na região metropolitana do Estado, o promotor descobriu ainda quando criança uma doença que progressivamente o levaria à cegueira. Os pais foram em diversos especialistas e buscaram todos os tratamentos possíveis para que Vicente pudesse enxergar, mas aos 23 anos ele perdeu a visão completamente.
Mesmo com as barreiras impostas, o promotor nunca se deixou definir pela deficiência. A partir de um conselho do pai, decidiu que sua trajetória seria traçada através do estudo.
“Meu pai era caminhoneiro e estudou pouco. Quando os médicos falaram da minha cegueira, ele me disse: “Você não vai poder ser motorista de caminhão, como eu, não vai poder ser vaqueiro. Você não vai poder fazer um monte de coisa, então você deve estudar muito, para um dia ser funcionário público”, conta.
E assim Vicente fez. Estudou, fez magistério, se tornou professor, passou no vestibular de Direito, foi aprovado no primeiro concurso público, concluiu a faculdade, se tornou promotor, fez mestrado e doutorado. Encontrou na educação as oportunidades que precisava.
Sempre contou com apoio e incentivo incondicionais dos pais, e com o passar dos anos, o promotor começou a usar as tecnologias a seu favor. Além do smartphone adaptado que o permite postar fotos no Instagram, há alguns anos Vicente Elísio passou a usar um scanner para auxiliá-lo na leitura dos inúmeros livros que preenchem sua estante. A ideia de sugerir a utilização do equipamento para as alunas surgiu de uma forma muito natural.
“Eu na condição de pessoa com deficiência visual, utilizo há muitos anos o scanner leitor. No dia eu demonstrei aos presentes como é que funcionava e chamou a atenção deles”, destaca.
Mas como inclusão e tecnologia são dois grandes desafios enfrentados diariamente na educação brasileira, só a aquisição dos aparelhos não seria o suficiente. As educadoras precisavam também de capacitação para aprender a trabalhar com os scanners. Foi aí, que novamente, o trabalho do MPRN se tornou fundamental nessa história.
Vicente Elísio sugeriu que o assessor da promotoria que trabalha com ele ensinasse às professoras como usar o equipamento, e consequentemente, como auxiliar as meninas na hora dos estudos.
“Quando a gente recebeu esse equipamento, também recebemos a formação pela promotoria. Até então a gente não tinha conhecimento dessa ferramenta e aprendemos. Aprendemos junto com as crianças. Primeiro a gente teve essa capacitação e depois passamos para elas”, conta Joseane Maria, coordenadora pedagógica da Escola Maria Leonor.
Com scanners apostos e equipes preparadas, Tayla, Pâmela e Pollyana puderam dar um novo passo no processo de aprendizado.
TÁ NA HORA DE TRAQUINAR
Jaqueline Nunes e Joseane Maria são diretora e coordenadora pedagógica da Escola Maria Leonor. Na aparência as duas são bem diferentes. Jose tem cabelos cacheados curtos, com mechas loiras, usa óculos com armação em acetato e uma blusa vermelha que chama a atenção. Já Jaque, de cabelos pretos e compridos, tem óculos parafusados e usa o uniforme que identifica a escola.
Juntas, elas formam a dupla dinâmica que toda unidade de educação precisa: encaram as dificuldades como desafios a serem vencidos.
Há pouco tempo trabalhando na Maria Leonor, as duas buscam diariamente dar continuidade ao trabalho de inclusão que já vinha sendo desenvolvido pela gestão anterior. Assim como as outras professoras, aprenderam braille por conta própria, e tentam todos os dias aperfeiçoar o planejamento pedagógico para que ele seja inclusivo.
“Eu uso muito uma expressão no meu dia a dia que é traquinar. Vamos traquinar, aí vemos o que a gente consegue. Se for preciso a gente refaz aquilo que a gente fez, a gente replaneja, para ter um resultado melhor”, diz Joseane Maria.
No momento que souberam da possibilidade do uso da ferramenta, enfrentaram o receio, mas principalmente, tiveram a vontade de tornar a inclusão mais possível para as alunas.
“Eu digo que a gente está aprendendo junto com as crianças, tanto a utilizar essa ferramenta, como esses outros materiais que a gente tem disponível”, diz Jaqueline Nunes.
As estudantes passaram a usar os scanners há cerca de dois meses. O processo de adaptação contou com o envolvimento de todos: Secretaria de Educação, educadoras, alunas, famílias, e até dos coleguinhas de classe.
“Eles ficaram curiosos no início, querendo saber como era, aí nós mostramos pra eles. Explicamos como ela iria utilizar, e pedimos a compreensão deles, que aquele material era pra algo bom para o desenvolvimento dela. Então, eles aceitaram e ajudaram bastante, hoje é tranquilo”, conta Janalba Simões, professora de Tayla.
Na turminha de Pâmela não foi diferente. A presença do scanner com o notebook se tornou natural para as crianças. De cabelos loiros e com laço cor de rosa no topo da cabeça, ela conta que o que mais gosta na escola é ouvir as historinhas. Uma atividade que ficou mais fácil de ser realizada.
“Quando ela não tinha, eu fazia tarefinha dela usando o reglete e o braille, mas depois do equipamento a gente coloca o fone nela e ela fica ligada na leitura. Eu coloco o livro que eu dou aos outros coleguinhas e ela vai ouvindo a contação de histórias. Foi maravilhoso”, relata a professora Rosineide Oliveira.
Apesar do pouco tempo de uso, os impactos positivos no aprendizado das meninas já são observados pelos profissionais. Além de facilitar o trabalho das professoras, o scanner tem contribuído principalmente para a atenção das alunas ao conteúdo.
SE TODOS SE UNIREM
Assim como a personagem do livro que carrega seu nome, Pollyana é uma criança que contagia a todos com seu carisma. Usa o cabelo castanho ondulado preso em um rabo de cavalo, uniforme da escola e sandálias coloridas. Esperta, tem audição apurada, e principalmente, uma memória que impressiona.
Na escola, Pollyana gosta de brincar, cantar, conversar com os amigos e adora fazer o ditado de palavras. “O que eu mais gosto é do ditado de palavras que Tia Sônia passa. Cada linha é uma palavra”, afirma a aluna.
Astuta, Pollyana dominou fácil a leitura e a escrita em braille. Por vezes, o desenvolvimento da aluna chegava a preocupar as professoras, que temiam não conseguir acompanhar o ritmo dela. Quando o scanner chegou, elas sabiam que o material viria para somar conhecimentos.
“A gente já sabia do desenvolvimento de Pollyana e entendemos que esse material ia somar cada vez mais, porque proporciona mais desenvolvimento para ela. Para ela é mais autonomia. O aluno depende da alfabetização para caminhar, seja em braille ou em outra língua, e Pollyana está caminhando muito bem. Tudo que vier para ela, é para somar. Eu a vejo no futuro na universidade”, profetiza Rosemary Santos.
“Eu gostei tanto, que disse pra minha mãe pra comprar um equipamento pra casa, pra estudar lá”, conta Pollyana.
Ainda em outubro a Coordenação de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação desenvolveu um relatório sobre adoção da tecnologia para inclusão nas escolas. Os resultados identificados foram tão positivos, que agora a meta do Município é estender o uso para além da sala de aula.
“As meninas não tem só acesso à sala de aula. Elas também podem ser atendidas nas salas de recurso multifuncional, que é um ambiente diferente, mas que não tem esse equipamento. Então nós estamos nos organizando financeiramente para que no próximo ano a gente possa garantir os equipamentos em outros espaços”, afirma Sérgio André.
O uso da tecnologia estabeleceu uma mudança no ensino de crianças com deficiência visual na rede municipal. Para entender a grandeza disso, no entanto, é preciso olhar para o futuro. A partir de agora, todas as crianças cegas que chegarem às escolas terão uma educação mais qualificada.
“Isso me toca particularmente porque eu penso que de algum modo nós que estávamos ali tivemos com o mesmo espírito dos meus pais, no sentido de que se tem alguma alternativa, vamos buscar. Então é uma realização porque hoje estamos fazendo o que um dia fizeram por mim”, diz Vicente Elísio.
Para o promotor, a ação conjunta mostra como a atuação do MPRN tem buscado universalizar a educação inclusiva para todos os alunos que dela necessitam. A atitude serve também como um exemplo para outros municípios.
“É mostrar que é possível sim fazer a diferença, para que outras escolas vejam que o aconteceu aqui em Caicó pode acontecer em outro lugar”, pontua o promotor.
Saber que Tayla, Pâmela e Pollyana estão tendo desde pequenas uma oportunidade, que ele só veio a ter depois de grande é o que dá sentido ao trabalho de Vicente e o motiva a continuar lutando pela educação inclusiva.
“Para não personalizar muito, gosto de dizer que onde houver alguém com sensibilidade para a necessidade da inclusão das pessoas com deficiência, seja eu ou qualquer outra pessoa, a diferença vai existir”, finaliza.
Por mais que Pollyana ainda não entenda, o que ela vivencia hoje representa um amanhã de mais oportunidades. Enquanto cantarola uma de suas músicas favoritas, que fala sobre como a união pode tornar o mundo melhor para as crianças, a menina fala da esperança de um futuro de possibilidade.
“Quando eu crescer eu quero ser tudo!!”, afirma Pollyana.
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