Nos dias 12 e 13 de novembro, Apodi será o centro das atividades da segunda etapa de um projeto pioneiro de cooperação entre instituições de ensino brasileiras e a Universidade Agrícola da China. Desde o início da parceria, em fevereiro de 2024, o projeto busca testar e adaptar máquinas agrícolas para a realidade da agricultura familiar do Nordeste. Nesta fase, marcada pela chegada de pesquisadores internacionais, serão realizados experimentos e avaliações técnicas das máquinas, com acompanhamento de especialistas diretamente em campo.
A iniciativa é liderada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), em conjunto com a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf). Em Apodi, três pesquisadores – um chinês, um paquistanês e um etíope – já residem para colaborar diretamente com os agricultores locais, ajudando a ajustar a tecnologia à produção de pequena escala.
A programação oficial terá início em 12 de novembro com uma audiência que reunirá a governadora do estado, representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), reitores das instituições parceiras e secretários estaduais. No dia 13, estão previstas visitas a experimentos no IFRN, assinatura de acordos na Diretoria Regional de Educação e Cultura (Direc), além do acompanhamento das testagens das máquinas no campo junto aos agricultores familiares. As atividades prosseguirão no dia 14 com encontros na Ufersa e novas testagens no período da tarde.
Para o professor Vinícius Claudino, da Uern, a fase atual é essencial para consolidar a cooperação com a Universidade Agrícola da China: “As atividades do dia 13 são importantes para consolidar a parceria e inaugurar a residência, a primeira desse tipo nas Américas”.
A iniciativa, que integra também um programa de intercâmbio de conhecimento e tecnologia, visa a melhoria da produtividade dos pequenos agricultores e a avaliação da viabilidade da produção local das máquinas adaptadas, com potencial de transformação para o setor agrícola do estado. Em outubro, uma delegação foi recebida pela Uern para o início da Residência Tecnológica, com novos pesquisadores chineses previstos para chegar em dezembro, segundo o professor Francisco de Lima Júnior.
Os primeiros resultados têm sido positivos, conforme afirma Ivone Brilhante, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi: “O que antes levava um dia inteiro agora é feito em poucas horas”, destacou, ressaltando o impacto na eficiência do trabalho agrícola. Além disso, o projeto contempla o envio de estudantes brasileiros para capacitação na China e visitas de professores brasileiros ao país, fortalecendo a cooperação internacional e promovendo o desenvolvimento econômico da agricultura familiar no Rio Grande do Norte.