A produção de soja no Rio Grande do Norte foi a segunda menor do Brasil em 2024, alcançando apenas 240 toneladas, um número modesto diante das mais de 144 milhões de toneladas produzidas no país. Apesar disso, dados divulgados nessa quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para um cenário inédito: é a primeira vez que o grão mais produzido do Brasil é registrado em território potiguar pela pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), realizada anualmente desde 1974.
Com o resultado, a soja entra para o rol de culturas que não são tradicionais no território potiguar, mas despontaram nos últimos anos, ao lado de café, açaí e uva. No caso da soja, foram 100 hectares plantados e colhidos na microrregião do Vale do Açu, com um rendimento médio de 2,4 mil quilogramas por hectare e R$ 600 mil em valor gerado para produtores.
Também registrado e divulgado pela primeira vez no RN pelo IBGE, o açaí teve 20 toneladas produzidas no último ano, com valor total de produção de R$ 200 mil. De acordo com o chefe de pesquisas agropecuárias do Instituto, Leonardo Medeiros Júnior, as informações municipais para cada produto investigado pela PAM somente são prestadas a partir de um hectare de área ocupada com a cultura e uma tonelada de produção “por isso, pode haver outros produtores de soja, café, açaí e uva que não apareceram na pesquisa”.
Uva e café crescem em solo potiguar
O plantio de uva no Rio Grande do Norte, registrado pelo IBGE desde 2016, cresceu em 2024 com mais três hectares plantados e colhidos identificados pela primeira vez no Leste Potiguar, somando-se aos oito hectares que já vinham sendo destinados à cultura na região Oeste, a partir de 2023. No total, foram 125 toneladas produzidas no estado, com R$ 900 mil pagos aos produtores.
A produção de café arábica em grão, que aparece em uma área de três hectares no Agreste Potiguar, mais que dobrou entre 2023 e 2024, saindo de três para sete toneladas produzidas, com valor de produção de R$ 105 mil.
Mesmo com retração, RN é o maior produtor de melão do Brasil
O Rio Grande do Norte continuou ocupando o posto de maior produtor de melão do Brasil em 2024, apesar da queda de 19,66% na produção em relação ao ano anterior. Foram 505.212 toneladas do fruto colhidos no último ano, ante 604.566 em 2023. Sozinho, o estado respondeu por 61,9% da produção nacional (816.939 toneladas).
Apesar da retração, os preços seguraram o valor de produção, que alcançou o montante de R$ 858 milhões no último ano, uma variação positiva de 4% em termos nominais frente o resultado anterior (R$ 823 milhões em 2023). Em valor de produção, o melão manteve-se como o principal produto agrícola do estado.
O município de Mossoró concentrou 42% da produção do fruto, com 8,3 mil hectares destinados à plantação de melão e mais de 218 mil toneladas colhidas.
Em seguida, aparece Baraúna, com 3,1 mil hectares plantados que lhe renderam 93 mil toneladas. Entre os maiores produtores, o município de Tibau ocupou 87,9% de sua área cultivada com plantações de melão.
Cinco municípios do RN com maior produção de melão em 2024
- Mossoró – 218.373 t
- Baraúna – 93.000 t
- Tibau – 75.645 t
- Apodi – 61.502 t
- Upanema – 17.000 t