Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) desenvolveram um método revolucionário para tratar a chamada água dura produzida na exploração de petróleo. Essa água, rica em minerais como cálcio e magnésio, é notória por causar incrustações, acelerar a corrosão de equipamentos e elevar custos de manutenção e segurança nas operações.
A equipe, formada por Vinícius Patrício Caldeira, Ana Laura Fernandes, Weslen Ismael de Miranda e Anne Gabriella Dias, criou um processo de amaciamento que usa exclusivamente carbonato de sódio ou potássio em um único estágio.
Solução simples, econômica e sustentável
A grande sacada é a simplificação. Normalmente, o amaciamento químico da água dura exige duas ou mais etapas, combinando diversos agentes e equipamentos, uma estratégia dispendiosa e que gera grande quantidade de resíduo sólido, muitas vezes heterogêneo e sem destinação adequada.
O novo método da Uern supera isso. O professor Vinícius Caldeira explica que o uso do carbonato como agente químico único não só trata o efluente de forma suficiente em uma só etapa, como também gera um sólido residual com composição química conhecida. Isso permite que o resíduo seja valorado como insumo para a indústria química, transformando um problema ambiental e de descarte em um benefício econômico e industrial.
O pesquisador destaca que essa invenção oferece uma solução prática, econômica e ambientalmente vantajosa, pois a implementação em larga escala se torna mais fácil e gera menos produtos nocivos comparada aos métodos tradicionais. A pesquisa é financiada pelo Programa MAI/DAI (CNPq) e conta com a colaboração científica e tecnológica da empresa Potiguar E&P. A Petro Recôncavo é uma das parceiras da Uern no processo de transferência de tecnologia.