Nesta semana, Maria Aparecida, de 19 anos, moradora da zona rural de Campo Grande, interior do RN, chamou atenção nas redes sociais ao realizar uma campanha solidária em prol de um tratamento ocular que só pode ser feito em Belo Horizonte. A jovem possui apenas 10% da capacidade de enxergar.
Maria Aparecida é gêmea e nasceu de parto prematuro, quando a mãe estava com sete meses de gestação. Quando tinha um ano de vida, a mãe da menina percebeu que ela batia com frequência nas coisas que estavam à sua frente, o que a levou a procurar ajuda médica. Na consulta, foi constatado que Maria tinha 10 graus de miopia.

Maria seguiu com os tratamentos necessários e, aos 11 anos de idade, ela começou a notar diferenças na visão, foi quando procurou um retinólogo. Ao realizar exames médicos, foi descoberto que ela estava com um descolamento na retina. Para isso, a jovem precisou passar por 12 sessões de laser, terminando o procedimento por volta dos 17 anos. No entanto, ainda há chances de reversão e a retina pode voltar a descolar.
Em junho deste ano, Maria Aparecida retornou ao médico e, ao fazer exames de rotina, constatou a perda da capacidade de enxergar. Atualmente, ela tem apenas 10% da visão.
Além da miopia, do astigmatismo e do descolamento da retina nos dois olhos, Maria também possui retinopatia da prematuridade, que é uma condição em que os pequenos vasos sanguíneos localizados na retina do bebê prematuro crescem de forma anormal.
A retina capta a luz que entra no olho e a envia ao cérebro por meio do nervo óptico, possibilitando a formação da visão. Por isso, o órgão precisa dos vasos sanguíneos para funcionar. Em casos de bebês prematuros, esse processo é interrompido e os vasos continuam crescendo de forma desorganizada produzindo substâncias que estimulam o surgimento de novos vasos.
Outro problema enfrentado por Maria Aparecida é o nistagmo, que são movimentos involuntários e repetitivos nos olhos, o que pode causar a redução da capacidade de visão. Além dos movimentos, que podem ser na horizontal ou na vertical, existem outros sintomas como: sensibilidade à luz, dificuldade de ver no escuro, tonturas, tremor no olho, como é o caso de Maria, entre outros.
Além disso, ela também sofre com cegueira binocular, que é a dificuldade de enxergar com os dois olhos em conjunto e com miopia degenerativa, que é uma doença causada pelo alongamento excessivo do globo ocular, o que provoca o afinamento e estiramento da retina.

Com esses problemas que comprometem a sua visão, fazer atividades simples do dia a dia tem sido uma tarefa difícil. “Eu costumo dizer que todo dia eu tenho que me reinventar, todo dia eu tenho que aprender a me adaptar com as coisas que eu enfrento”, relata.
Maria Aparecida conta ainda que, em casa, tem o suporte dos pais, mas na escola os desafios são maiores. “Eu gosto de estudar, eu gosto de aprender e eu tenho muita dificuldade. Hoje em dia eu tenho um auxiliar na sala comigo, também tenho minha colega que me ajuda bastante no que eu preciso e a gente vai prosseguindo, né? Mas eu já pensei em parar de estudar porque é muito complicado.”
Para conseguir arcar com os gastos da viagem e do tratamento, Maria Aparecida iniciou uma campanha solidária online. Em um vídeo publicado no seu perfil em uma rede social, Maria conta a sua história e pede a ajuda das pessoas.
As doações estão sendo feitas via pix: 84999244613 – Banco Inter.

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