O Laboratório de Inovação Tecnológico em Saúde (LAIS/UFRN) em parceira com a Universidade de Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e a Universidade de Coimbra, em Portugal, desenvolveram um novo teste rápido para a detecção da sífilis.
O teste é capaz de realizar o diagnóstico com maior eficácia e com um custo menor, facilitando a utilização na rede básica de saúde e totalmente integrada com o ecossistema tecnológico do Ministério da Saúde.
Para o LAIS, muito mais do que uma pesquisa científica, o novo teste para sífilis é um avanço em termos de políticas públicas para o Brasil. De acordo o diretor executivo do Laboratório, professor Ricardo Valentim, essa nova metodologia de testagem é um marco importante na qualificação do diagnóstico desta infecção sexualmente transmissível, não só no Brasil, mas no mundo, uma vez que os métodos de triagem para sífilis ainda são insuficientes. “A falta de testes gera vários problemas para o rastreamento, para o cuidado, para a eliminação da transmissão vertical da sífilis, quando a mãe transmite a IST para o bebê durante a gestação ou na hora do parto”, explicou o diretor do LAIS.
Outra contribuição significativa, assinalada por Valentim, é a qualificação do diagnóstico, trazendo um resultado mais apurado. “Ao ser incorporado ao SUS, esse teste será disponibilizado prioritariamente na atenção primária à saúde, facilitando a integração da atenção primária com a vigilância em saúde, fator preponderante para eliminar a sífilis congênita no Brasil”.
O novo teste permite uma interoperabilidade com o sistema de informação de saúde, existente no Ministério da Saúde e com a própria plataforma SALUS* também desenvolvida pelo LAIS. Assim, o Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais de saúde poderão ter os resultados desses testes em tempo real.
“Os dados estarão vinculados aos prontuários dos pacientes, isso irá melhorar todo acompanhamento e a gestão dos casos dos pacientes. O teste permite aplicar o conceito de acompanhamento de segmento, ou seja, olhar para todo o tratamento, com a proposta de monitorar o tratamento, bem como a evolução do quadro clínico dos pacientes com relação à sífilis – isso representa um avanço enorme para o Brasil”.
Todo o trabalho de pesquisa foi validado, recentemente, por meio da publicação do artigo científico “Desenvolvimento de um método baseado em voltametria cíclica para a detecção de antígenos e anticorpos como uma nova estratégia para o diagnóstico de sífilis” (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36498280/), no International Journal of Environmental Research and Public Health, periódico internacional de relevância em pesquisas na área de saúde.