Desde o início da pandemia de Covid-19, março de 2020, o Rio Grande do Norte registrou 190 mortes causadas pela doença de pessoas que não estavam internadas em hospitais e morreram em casa. O diagnóstico nesses casos foi atestado através do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que considerou a covid-19 como causa das mortes. Os dados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação a pedido do TCM Notícia.
O número representa cerca de 2,48% das 7637 mortes registradas até 2021. Os meses com maior registro de óbitos domiciliares foram junho e julho de 2020, que somaram 59 mortes, e março, abril e maio de 2021 com soma de 50 óbitos. Das mortes, 43,6% foram de pessoas com 80 anos ou mais. O número cai entre as pessoas mais jovens. Apenas uma morte em casa foi confirmada para pessoas com idade igual ou menor que 30 anos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), além do SVO, médicos do serviço de saúde dos municípios também podem atestar os óbitos domiciliares, porém, não entram nos registros do SVO. Dessa forma, o número de mortes em casa pode ser maior que os registrados pelo órgão. Ainda segundo a pasta, as mortes atestadas pelo SVO são informadas mediante autópsia verbal e levam em consideração sinais, sintomas, exames e critérios epidemiológicos que se baseiam no Guia de vigilância Epidemiológica para a Covid-19 do Ministério da Saúde.
Natal e Mossoró são as duas cidades do Estado que mais registraram esse tipo de óbito.
Não existe ainda um mapeamento específico para entender quais as razões e em que circunstâncias as mortes domiciliares ocorreram. “Não temos como afirmar se essas pessoas estavam ou não sob cuidados hospitalares, pode ter solicitado alta médica a pedido, ou pode estar sob avaliação de médico da família, na declaração de óbito não há a coleta dessa informação para que possamos afirmar,” informou a Sesap.