A polêmica em torno da humanização de bonecas “hiper-realistas” que se assemelham a recém-nascidos, conhecidas como “bebês reborn”, tem ganhado cada vez espaço na internet e nos noticiários. A discussão sobre os limites entre o imaginário e o real chegou até o campo político.
Em Natal, o vereador Preto Aquino (Podemos), apresentou um projeto de lei à Câmara Municipal propondo a criação da Campanha Municipal de Conscientização sobre a Humanização de Brinquedos.
Segundo o texto, o objetivo da proposta é conscientizar a população sobre a criação de laços afetivos reais e imaginários com brinquedos e os impactos para a saúde mental de adultos. O intuito é que o tema passe a integrar o protocolo padrão de atendimento psiquiátrico na rede de saúde pública do município.

A campanha deve orientar a população sobre o caráter lúdico e representativo desses objetivos de apego, destacar a importância da separação entre o real e o imaginário, e informar sobre a possibilidade de a rede pública de saúde atender e acompanhar casos de distorções da realidade causadas pelo apego excessivo e pela humanização de objetos por adultos.
O projeto também estabelece que é “vedada qualquer forma de discriminação, preconceito, estigmatização ou menosprezo da pessoa humana em razão de seus hobbies e sentimentos para com objetos, devendo ser tratada com respeito e dignidade, sempre.”
No entanto, o texto proíbe a prestação de serviços públicos, tais como atendimentos médicos e matrículas escolares a brinquedos humanizados, como os “bebê reborn”.
O projeto de lei foi protocolado no Plenário da Câmara na quinta-feira (22), e aguarda leitura no expediente, o que deve ocorrer nos próximos dias.
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