Pais e mães de crianças com autismo realizaram nesta quarta-feira (04), um protesto em frente ao Centro Administrativo da Prefeitura de Mossoró, reivindicando os auxiliares de sala de aula nas escolas do município. Desde o início do ano letivo em março deste ano, os pais reclamam da ausência dos profissionais que dão suporte para crianças com autismo e outras deficiências.
De acordo com os pais, a Secretária de Educação do município teve tempo hábil para contratar os auxiliares, já que as matrículas para os alunos com deficiência foram realizadas em dezembro do ano passado.
O processo de contratação dos profissionais foi iniciado em março, e segundo a Secretaria de Educação do município, mais de 300 estagiários foram contratados até agora para atuarem nas escolas, ainda assim, muitas crianças continuam sem aulas devido a ausência dos auxiliares. O filho de Ozélia Medeiros, por exemplo, não conseguiu assistir aula nesta quarta-feira porque a auxiliar contratada não compareceu: “Hoje para tirar meu filho da sala de aula foi uma luta, porque ele entende que as aulas começaram, ele entende que ele quer ficar na escola, mas eu não posso deixar uma criança dessa sem auxiliar”.
A Secretária de Educação, Hubeônia Alencar, afirmou que a Prefeitura vai contratar quantos profissionais forem necessários para atender a demanda da rede municipal de ensino, no entanto a baixa procura por parte dos estagiários tem dificultado o processo. “A SME depende que haja estudantes em quantitativo suficiente para serem contratados. Em alguns casos, infelizmente, os estagiários acabaram desistindo da vaga. As contratações seguirão acontecendo e os estudantes encaminhados na sequência para as escolas e unidades de educação infantil da rede”, explicou Hubeônia.
Além da contratação, os pais também cobraram no protesto a capacitação dos profissionais que vão atuar nas salas de aula. “A gente está exigindo uma capacitação desses profissionais, porque não adianta só chegar com o auxiliar se ele não tem o conhecimento adequado para lidar, se ele não sabe interpretar LIBRAS, se ele não sabe lidar com a criança autista que tem diversas questões sensoriais. Então esse processo todo deveria ter sido visto há muito tempo”, afirmou Renata Correia, que faz parte do Coletivo Mães que Lutam.
Segundo as informações da Secretaria, são mais de 1000 alunos com algum tipo de deficiência na rede municipal de ensino, e desses, 415 precisam do apoio de um auxiliar para desenvolver as atividades escolares.