Técnicos e profissionais de enfermagem realizaram nesta quarta-feira (21) um ato em frente ao Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró/RN, a favor do piso salarial da categoria. A mobilização é nacional e acontece em diversas cidades do Brasil.
A lei que estabelece o piso da enfermagem havia sido sancionada no dia 05 de agosto e fixava os pisos salarias para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. Mas no início deste mês o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu a lei, alegando a necessidade de avaliar o impacto dela sobre o sistema de saúde.
Desde então a categoria vem realizando uma série de protesto, pedindo a derrubada da suspensão. Vestidos de preto, com faixas e gritos de protesto, os profissionais ocuparam a frente do Hospital na manhã de hoje. Para Eliere Vieira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserpum), a categoria foi fundamental para o combate à pandemia, e agora está tendo um direito negado.
“Essa categoria se ausentou da sua família, salvou vidas, adoeceram junto, faleceram, sofreram perdas importantes nas suas famílias e nos seus amigos e não é justo, que justamente a classe empresarial, que mais lucrou com a pandemia, venha pedir inconstitucionalidade essa lei. A sociedade inteira deve vestir esse jaleco por respeito e valoriza porque essa categoria merece muito mais do que mero nome de heróis e falsos aplausos. O que traz dignidade pra enfermagem é salário digno, é vida digna para quem está na luta cotidianamente salvando vida”, diz Eliete Vieira.
De acordo com a presidente, para paralisação o sindicato pediu a adesão de 50% dos profissionais que trabalham no Tarcísio Maia, 30% dos técnicos e enfermeiros das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 100% da categoria dos trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Participando da mobilização, José Nunes Neto afirma que o piso é uma luta de mais de 30 anos pela valorização profissional: “A primeira coisa que a gente pede é respeito pela categoria […] Peço encarecidamente que eles repensem e veja a nossa luta que já vem há mais de trinta anos. A gente não quer saber de política, de lado A a gente quer saber do respeito, do respeito que eles devem a gente”.
Os profissionais de enfermagem realizam nesta quarta (21) outro protesto, às 15h com saída da Praça do Pax.