O Maior Cajueiro do Mundo, localizado na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, entrou definitivamente para a história da preservação ambiental do Rio Grande do Norte. Neste sábado (20), durante as comemorações pelos 137 anos da árvore símbolo do estado, a governadora Fátima Bezerra assinou o Decreto de Criação do Monumento Natural Cajueiro de Pirangi (MONA Caju), transformando o espaço em uma Unidade de Conservação Estadual.
A medida representa um marco importante para a proteção do patrimônio natural, cultural, paisagístico e turístico do Rio Grande do Norte e alude à conservação ambiental e ao uso sustentável dos recursos naturais.
A assinatura do decreto ocorreu durante a programação comemorativa organizada pelo Idema, que reuniu autoridades, moradores, turistas e visitantes em um momento simbólico de celebração e reconhecimento da importância do Cajueiro para a identidade potiguar.
“Hoje é um dia histórico para o Rio Grande do Norte. O Cajueiro de Pirangi não é apenas um patrimônio natural, mas um símbolo da nossa cultura e da nossa história. Ao transformá-lo em Unidade de Conservação, garantimos proteção legal, gestão adequada e a preservação desse bem para as futuras gerações”, celebrou a governadora Fátima Bezerra durante a solenidade.
A prefeita de Parnamirim, professora Nilda, destacou o caráter social da preservação do Cajueiro de Pirangi. Para ela, além de patrimônio ambiental, o espaço é um importante vetor de desenvolvimento local, ao incentivar o turismo, gerar emprego e renda e fortalecer a economia criativa por meio da valorização do artesanato e da cultura do povo de Parnamirim. Segundo a prefeita, proteger o Cajueiro é também cuidar das pessoas que constroem diariamente a identidade do município.
O diretor-geral do Idema, Werner Farkatt, ressaltou que a criação do Monumento Natural Cajueiro de Pirangi integra uma estratégia mais ampla de fortalecimento das Unidades de Conservação em diferentes territórios do Rio Grande do Norte. Segundo ele, o Governo do Estado avança na consolidação de novas áreas protegidas, como na Serra João do Vale, em Jucurutu; em Timbaúba dos Batistas, para a preservação das pinturas rupestres; e em Baía Formosa, no litoral sul.
“As Unidades de Conservação são fundamentais para proteger a Caatinga, a Mata Atlântica e toda a biodiversidade do nosso estado, garantindo preservação ambiental e desenvolvimento sustentável”, destacou.
O diretor técnico do Idema, Thales Dantas, destacou que a criação do Monumento Natural Cajueiro de Pirangi consolida o compromisso do Governo do Estado com a biodiversidade e a preservação ambiental. Segundo ele, o reconhecimento do Cajueiro como a 12ª Unidade de Conservação do Rio Grande do Norte é resultado do trabalho técnico da equipe do Idema, por meio da Unidade de Gestão da Biodiversidade-UGBio, que também conduz estudos para a criação de outras unidades no estado.
“Esse é um presente do Governo do Estado para a população potiguar, que fortalece a conservação, o ecoturismo e garante a proteção efetiva desse patrimônio natural para as próximas gerações”, afirmou.
Para a coordenadora da UGBio do Idema, Iracy Wanderley, o Cajueiro de Pirangi é um patrimônio vivo que reúne história, cultura, turismo e geração de renda. Segundo ela, a criação do Monumento Natural representa mais do que uma celebração simbólica: “É uma medida concreta de proteção integral, que assegura a preservação e a conservação dessa área para as próximas gerações, fortalecendo o papel do Cajueiro como bem ambiental e social do Rio Grande do Norte”.
CELEBRAÇÃO UNE CULTURA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PRESERVAÇÃO
A comemoração dos 137 anos do Cajueiro ocorreu nessa sexta (19 ) e sábado (20), com uma programação diversificada que incluiu exposições, feira de artesanato, ações educativas, estandes institucionais e apresentações culturais. No sábado, o tradicional momento do “Parabéns ao Cajueiro”, com bolo comemorativo, marcou simbolicamente o aniversário da árvore que há mais de um século faz parte da paisagem e da memória coletiva do estado.
Para a gestora do Cajueiro de Pirangi, Samile Laura, a criação da Unidade de Conservação consolida anos de trabalho voltados à preservação do espaço. “Esse momento representa a concretização de um sonho coletivo. Celebrar os 137 anos do Cajueiro com a criação do Monumento Natural fortalece o vínculo da sociedade com esse patrimônio e amplia as ações de educação ambiental, turismo sustentável e cuidado permanente com o espaço”, afirmou.
IMPORTÂNCIA AMBIENTAL, CULTURAL E TURÍSTICA
Reconhecido pelo Guinness Book desde 1994 como o Maior Cajueiro do Mundo, o Cajueiro de Pirangi ocupa uma área de aproximadamente 9 mil metros quadrados e possui perímetro estimado em cerca de 500 metros. Seu crescimento singular se deve a anomalias genéticas que fazem com que seus galhos cresçam lateralmente e, ao tocarem o solo, criem novas raízes, ampliando a área ocupada pela árvore.
Mais do que uma atração natural, o Cajueiro integra o cotidiano da comunidade local e é um dos principais pontos turísticos do Rio Grande do Norte, recebendo anualmente mais de 300 mil visitantes.
PROTEÇÃO LEGAL CONSOLIDADA
A criação do Monumento Natural Cajueiro de Pirangi soma-se a outros avanços recentes. Em novembro de 2025, foi sancionada a Lei nº 12.503, que reconhece oficialmente o Cajueiro como Patrimônio Natural, Paisagístico, Ambiental, Histórico e Turístico Material do Estado.
Com o decreto assinado neste sábado, o Cajueiro passa a integrar oficialmente o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), garantindo instrumentos legais de gestão, conservação e ordenamento do uso público, assegurando a proteção desse patrimônio para as próximas gerações.






















































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