Uma nova espécie de maracujá-do-mato, batizada de Passiflora natalensis, foi oficialmente descrita pela ciência em um artigo publicado no periódico Acta Botânica Brasilica neste mês de dezembro. A descoberta foi liderada pela botânica potiguar Me. Gláucia Lidiane da Silva, com colaboração de outros pesquisadores, ressaltando a riqueza da flora do Rio Grande do Norte.
A Passiflora natalensis é uma planta trepadeira encontrada exclusivamente nas restingas potiguares, com registros no Parque das Dunas, na Rota do Sol, em Tibau do Sul e em Baía Formosa. Seu nome homenageia a cidade de Natal, e o artigo científico foi publicado na véspera do Natal, reforçando o vínculo simbólico.
O maracujá-do-mato, também conhecido como maracujá da Caatinga, é uma fruta nativa do semiárido nordestino, mas também pode ser encontrado no Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
Ilustração científica: @rhudsoncruz
Silva, G. L., Roque, A.A., Soares, Queiroz, R.T. & Mezzonato-Pires, A.C. 2024. Passiflora natalensis, a new species of Passiflora (Passifloraceae sensu stricto) from the Atlantic Forest of northeastern Brazil. Acta Botanica Brasilica.
Segundo Gláucia Lidiane, a espécie era frequentemente confundida com a Passiflora cincinnata. “É comum na natureza existir essa semelhança entre espécies, mas ao estudá-las em detalhes, percebemos as diferenças. No caso da Passiflora natalensis, uma característica única são as aberturas tipo fendas nas folhas. Essa descoberta reafirma a riqueza das plantas do nosso estado e o quanto ainda temos a aprender”, explicou a pesquisadora.
A descoberta também levanta preocupações ambientais, já que a ocorrência restrita da Passiflora natalensis a torna potencialmente ameaçada de extinção. O botânico e curador do Herbário Parque das Dunas, Alan Roque, coautor do estudo, reforçou a importância das Unidades de Conservação. “Espécies como a Passiflora natalensis mostram como áreas protegidas, como o Parque das Dunas, são essenciais para a preservação da biodiversidade. Precisamos intensificar os estudos e a proteção dessas regiões para evitar perdas irreparáveis”, destacou.
A descoberta da Passiflora natalensis não é apenas um marco científico, mas também um chamado à preservação ambiental e à valorização da riqueza natural do Rio Grande do Norte.
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