Com informações do Observatório Nacional
O verão 2025/2026 chega com um leve atraso no relógio, mas sem perder a intensidade. Neste domingo, 21 de dezembro, a estação começa exatamente às 12h03, pelo horário de Brasília. É um início mais tardio do que o do ano passado, quando o verão começou ainda de madrugada. A diferença de algumas horas é resultado da matemática celeste que rege o movimento da Terra ao redor do Sol.
O chamado ano tropical — tempo real que o planeta leva para completar uma volta em torno da estrela — não bate perfeitamente com o calendário civil. Essa diferença de cerca de seis horas por ano faz com que solstícios e equinócios “escorreguem” no relógio. O ano bissexto ajuda a ajustar, mas não elimina totalmente o descompasso. Por isso, o verão pode começar de madrugada, pela manhã ou, como agora, ao meio-dia.
Independentemente da hora exata, o efeito é sentido na pele. Com o Sol incidindo mais diretamente sobre o Hemisfério Sul, os dias ficam mais longos que as noites, as temperaturas sobem e o tempo se torna mais instável. Pancadas de chuva fortes, ventos intensos, descargas elétricas e até granizo passam a fazer parte da rotina até 20 de março de 2026, quando começa o outono.
Segundo a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, as estações do ano são resultado da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita. Essa inclinação faz com que, ao longo do ano, cada hemisfério receba mais ou menos luz solar. No verão do Sul, os raios solares chegam de forma mais direta, aquecendo mais e prolongando o período de claridade.
Outro efeito visível está no céu. Durante o verão, o Sol nasce e se põe fora dos pontos cardeais leste e oeste, afastamento que atinge o máximo justamente nos solstícios. Quanto mais distante do Equador, mais perceptíveis são essas mudanças. Próximo à linha equatorial, os dias variam pouco ao longo do ano.
Clima no Brasil: calor acima da média e chuvas desiguais
As projeções climáticas indicam que o verão de 2026 deve ocorrer, em sua maior parte, sob neutralidade do fenômeno El Niño–Oscilação Sul. Isso significa menor influência de padrões globais e maior peso dos sistemas regionais, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul.
Na prática, o Brasil deve enfrentar um verão marcado por contrastes. A Região Norte tende a registrar chuvas acima da média, enquanto áreas do interior do Nordeste podem ter volumes abaixo do esperado. No Sudeste, a previsão também aponta para menos chuva do que o normal. Já o Sul e o Centro-Oeste devem alternar períodos dentro ou acima da média.
As temperaturas, por sua vez, devem ficar acima dos valores históricos em grande parte do país. Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul devem enfrentar calor mais intenso, enquanto parte da Região Norte terá registros próximos da média.
O verão começa oficialmente ao meio-dia, mas seus efeitos já estão em curso. Calor, dias longos e clima instável prometem marcar os próximos meses, exigindo atenção redobrada com saúde, abastecimento de água e eventos extremos.



















































