Um assunto dominou as conversas de alguns grupos de condomínio de Mossoró, o espanto com o surgimento do terrível besouro de um centímetro: o potó. O bichinho rubro negro não é uma formiga, é cientificamente classificado como coleópteros, ou seja, é um besouro.
Na semana passada, João de oito anos aprendeu que encontrar um potó não é uma situação agradável. O menino ficou queimado e até recebeu atendimento médico.
Segundo a mãe a situação não foi fácil. “Foram dias de luta. Todo queimado: pescoço e braço”. Kelly Nogueira ainda diz que os hábitos mudaram após o incidente.
“A gente está de olho todos os dias nos cômodos da casa. Aqui onde eu moro está tendo muito, o pessoal falando. Eu estou entendendo como se fosse a época do ano”, afirmou Kelly Nogueira.
Bingo! Segundo o entomologista e professor doutor de Ciências Biológicas da UERN, Iron Macedo Dantas, o potó é um inseto que se alimenta de material orgânico em decomposição. Pode ser “restos vegetais e também podem ser predadores alimentando-se de ovos ou de restos de outros insetos”.
E basicamente estamos na “temporada do potó”. Neste período de chuvas ou de final de chuvas temos muito material vegetal em decomposição. Com a oferta de alimentos em abundância, e condições de temperatura e umidade favoráveis, o potó se reproduz com mais facilidade. Nas redes sociais, alguns internautas brincam com a situação.
Outros mostram os efeitos das queimaduras que demoram até uma semana para deixar de incomodar.
“A quantidade que aparece em nossas residências é uma quantidade muito pequena comparada com a população de potó que está no ambiente, fora de nossas casas. Só aparece em nossas casas porque a população fora, já está muito grande. E eles são atraídos pela luz das residências”, afirma Iron.
Alguém deve estar se perguntando como eles estão aparecendo em andares altos dos prédios. A resposta é simples: eles voam.
“Eles voam, mas não são bons voadores como as moscas, abelhas ou outros insetos”.
A população de potó só deve diminuir mesmo com o fim das chuvas e queda na umidade do ar. Então o professor Iron acredita que apenas em no fim do mês a situação estará mais controlada.
“é muito provável que do final de agosto para o mês de setembro já estejamos livres de potó em nossas casas”.
Riscos e como se prevenir
O potó é famoso por causar queimaduras, e em alguns casos, os efeitos na pele são bem dolorosos. As queimaduras de potó podem chegar a ser classificadas como queimaduras de segundo grau. A principal preocupação são as consequências em áreas mais sensíveis do corpo e também nas crianças.
“Quanto às queimaduras o que podemos falar é a causa que é um ácido liberado pelo inseto. Ou seja é uma queimadura química provocada por um ácido”, afirma o professor.
O inseto é capaz de provocar lesões que se assemelham a uma queimadura por fogo ou produto químico. E muitas vezes, a substância é liberada justamente quando é esmagado contra a pele.
Uma das formas de se prevenir é criar uma barreira física. Ou seja, fechar portas e janelas, e de preferência colocar uma tela para evitar que o potó entre em casa. Quando a situação está muito fora de controle, os moradores podem optar por uma dedetização. Medidas como trocar as lâmpadas brancas por amarelas tem menos eficiência mas podem ajudar por exatamente diminuir a atração dos insetos.
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