A tarefa não era simples: viajar por quase 24 horas, por mais de 3.700 quilômetros, e tentar encontrar um parente distante do pai que nunca conheceu depois de 63 anos de sua morte. E não é que seu Manoel Pelegrino voltou para casa com uma pista que pode fazer ele conhecer um pouco mais sobre o pai.
Manoel Pelegrino tem 63 anos de idade, nasceu em Rio Branco no Estado do Acre e chegou para a ‘missão impossível’ em Mossoró no dia 17 de agosto. Depois de uma semana nesta aventura, chegou em casa nesta quinta-feira (25), e está satisfeito por que tem no bolso um contato muito especial. O de um possível primo distante da família do pai.
“Apareceu uma pessoa aí, um suposto primo. [] Ele vai passar os dados, nomes das famílias, e ai ele vai entrar em contato com este povo mais antigo. E vai ver se aparece alguém mais antigo que tenha recordação da partida do meu pai de Mossoró”.
Manoel fez o que pode nestes sete dias de detetive pela cidade. Foi a cartórios, puxou conversa com desconhecidos no Mercado Público, procurou em igrejas, tudo para achar qualquer pista das origens do pai que nunca conheceu.
Toda história começou entre as décadas de 50 e 60, Manoel conta que sabe que o pai é natural de Mossoró e que naquela época viajou ao estado do Acre para trabalhar na extração de borracha. Segundo o único documento que traz, o nome do pai é Luiz José Eloia, falecido 4 meses antes do seu nascimento.
Quando saiu do Acre para Mossoró, o aposentado Manoel Pelegrino apostava numa característica das famílias da época: ter muitos filhos. Ele sabia por exemplo que o pai teria mais de 10 irmãos, ou seja isso poderia representar mais de 10 tios e tias. Os avós dele também seriam de Mossoró, José Eloia e Joana Maria da Conceição.
E não é que com suor e muito força de vontade, Manoel acabou achando uma agulha no palheiro, ou melhor, um parente entre 300 mil habitantes.
“Vamos ficar tendo contato sempre, mas é bem possível que seja. Me parece ser um primo meu. Acho que vai dar certo, eu acho que é família sim.”