O agente censitário, Leandro Barbosa, decidiu não mais sair de casa para visitar domicílio nesta quarta-feira (21). O motivo segundo ele é que a ajuda de custo para se deslocar até as visitas não compensam. Essa ajuda é destinada para quem trabalha acima de 1 quilômetro de distância de onde reside.
“70 reais para ir trabalhar num setor quase a 3 km de onde moro. Aí eles querem que [] a gente trabalhe todos os dias de manhã e de tarde. Se for de ônibus, uma passagem de ônibus custa 3,30… Só por dia vai dá mais de 12 reais. Estou parado, não tenho mais dinheiro”.
Este caso vai se somar a outros 379 recenseadores que abandonaram as funções durante a coleta de dados do Censo 2020 que acontece desde agosto.
Segundo dados da coordenação do Censo no estado, o posto de coleta ‘MOSSORO CENTRO 2’ é onde tem maior número de desistência do estado – 16 pessoas já pediram dispensa.
Natal é a cidade com maior número de desistências, foram 106 matrículas encerradas. Em Mossoró, 43 recenseadores abandonaram os cargos. Já em Parnamirim foram 27.
Os agentes fizeram um protesto nacional no dia 1º de agosto para reclamar de vários gargalos no trabalho do Censo. Há reclamações sobre valores da ajuda de custo para deslocamento, insegurança para realizar o trabalho, ameaças e assédio.