Ser ranzinza, mal humorado, rabugento dá muito trabalho. Sem falar que deve ser muito chata a vida de alguém que sempre tem algo para reclamar (sobre absolutamente tudo). Se faz sol, reclama. Se chove, reclama. Se está frio, reclama. Se faz calor, reclama também. Se você é assim, me perdoe, eu prefiro enxergar o copo meio cheio e me alegrar com as cambalhotas que a vida dá.
De acordo com o artigo “O Estudo psicológico do sorriso”, publicado pela Association for Psychological Science, quando rimos, movimentamos 12 músculos faciais; ao dar gargalhadas, movimentamos 24 músculos faciais; quando conversamos e gargalhamos ao mesmo tempo, são 84 músculos.
Os principais músculos envolvidos no sorriso estão ligados aos nervos faciais. Quando sorrimos, estes nervos enviam sinais ao cérebro libertando neurotransmissores como a dopamina, endorfina e serotonina na corrente sanguínea. E o melhor, tudo isso gratuitamente. Tenho dificuldade em compreender como há tanta gente que prefere, que faz questão, que se mobiliza pelo oposto de tudo o que proporciona um delicioso e demorado sorriso (desconsideremos, obviamente, as pessoas que enfrentam com algum tipo de doença mental).
Claro que tenho meus dias mais silentes e com menos paciência. Mas definitivamente a reclamação não anda na minha mochila. Penso que poderíamos divagar sobre isso. De repente, antes de sair de casa, não colocar esse hábito na bolsa e tentar ter um dia mais leve.
Um bom dia para o porteiro, um sorriso para o vizinho, aguardar o pedestre cruzar a faixa, um aceno para o colega na rua, aquele elogio para a senhorinha da limpeza. E o principal: o compromisso de passar pelo menos um dia sem reclamar de bobagens. “Hoje eu não vou reclamar”. Vamos fazer esse esforço. Vai que vira hábito. Se der aquela vontadezinha de “budejar” (como dizem aqui no RN), conte até dez e dê um sorriso.