Matéria escrita pela estagiária Ingrid Furtado com supervisão de Likely Barros.
No último domingo (18), na zona rural de Campo Grande, sete bezerros morreram após serem atingidos por uma descarga elétrica.
Um trabalhador rural que estava próximo ouviu o barulho e percebeu 10 animais caídos após a queda do raio. Felizmente, três animais sobreviveram sem ferimentos. O raio, que caiu durante uma garoa, atingiu um Pereiro onde os animais se abrigavam.
Confira as imagens a seguir:
Com os alertas de chuva intensa para o Rio Grande do Norte nos próximos dias, o TCM Notícia conversou com o veterinário Aluísio de Souza para saber como evitar esse tipo de acidente e proteger os animais nas fazendas.
De acordo com o veterinário, esses acidentes costumam acontecer quando os animais se abrigam debaixo de árvores isoladas no pasto ou próximo a cercas da propriedade. “As cercas nas propriedades rurais são construídas de arame farpado e esse arame farpado serve como condutor elétrico”, explica Aluísio. Quando um raio cai próximo às cercas, o arame conduz a corrente elétrica e pode expandir o alcance do raio em quilômetros.
Para prevenir que raios atinjam os animais, Aluísio aponta que seria ideal que houvesse ambientes que protegessem os animais. Como muitas propriedades rurais da região não contam com essa estrutura, muitos bezerros se abrigam no pasto debaixo de árvores, e aí que está o perigo. “O ideal é que no momento da chuva esses animais não tenham acesso a essas árvores”, explica o médico veterinário.
Algumas das medidas para evitar esse tipo de acidente são instalar para-raios e construir barreiras para impedir que o gado se aproxime das árvores e das cercas durante as chuvas. “Pelo menos numa faixa de 20 a 30 metros seja construído algo provisório que evite a entrada desses animais e que os animais fiquem, preferencialmente, no pasto em áreas descobertas”, conta Aluísio.
Já para evitar que as cercas atuem como condutores dos raios, o médico veterinário propõe espaçamentos na construção das barreiras há cada 100 metros: “A gente constrói algumas barreiras onde que o raio não possa ser passado e não haja uma condução elétrica caso o raio atinja a cerca de arame farpado”, explica.
Sobre os animais abatidos, o Ministério da Saúde afirma que o consumo da carne não deve ser feito e Aluísio reitera a informação. “Como a carcaça dos animais está ali há um certo tempo e, na maioria das vezes, as pessoas que encontraram aquela carcaça ali não sabem há quanto tempo aquilo ocorreu, elas estão sujeitas a graus variáveis de contaminação”, reforça.