Matéria escrita pela estagiária Ingrid Furtado com supervisão de Likely Barros.
Em outubro do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou um crescimento de 7% no setor de construção civil nacional em 2023. Especialistas especulam se o setor manterá o crescimento pelo terceiro ano seguido. Já em Mossoró, o setor de construção inicia o ano com tendência de estabilidade.
A Diretoria-Executiva de Meio Ambiente e Urbanismo (DEMURB) de Mossoró protocolou mais de 3 mil processos urbanísticos em 2022. O Tcm Notícia conversou com Cleciano Rebouças, diretor executivo de Meio Ambiente e Urbanismo, e com Pedro Escóssia, presidente do SINDUSCON/RN em Mossoró, para saber como está o setor na cidade.
“No ano de 2022, a DEMURB expediu mais de 1.200 alvarás e quase 1.000 certidões de Habite-se, mas, ao todo, foram protocolados mais de 3.000 processos urbanísticos, que inclui desde uma simples consulta urbanística até empreendimentos de impacto, como loteamentos”, explica o diretor.
Os procedimentos recebidos pela DEMURB tem como função garantir a legalização de novas obras e o cumprimento das legislações urbanísticas da cidade. Para novos imóveis, os processos são feitos digitalmente e podem ser deferidos automaticamente ou por análise, com prazo de até 30 dias para deferimento.
Cleciano explica que muitos dos processos são para os bairros Santa Júlia, Bela Vista e Alto do Sumaré. As principais construções são de imóveis residenciais em loteamentos ou condomínios. “Com certeza é o que mais movimenta o mercado imobiliário”, conta.
Pedro Escóssia, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Norte (SINDUSCON-RN) em Mossoró, está otimista para o setor esse ano: “As expectativas são as melhores para a construção civil na nossa cidade com os novos investimentos que estão para chegar”, conta.
Ele atribui as expectativas positivas aos investimentos privados e públicos, tanto a nível municipal quanto a nível federal. Na esfera pública, Pedro cita o investimento de 300 milhões da Prefeitura de Mossoró no setor de obras e a revisão do “Minha Casa Minha Vida” pelo Governo Federal. O programa nacional recebeu 10 bilhões para o orçamento de 2023 e deve retomar obras que estão paralisadas. “Em nossa cidade, temos alguns empreendimentos com centenas de unidades de apartamentos que devem ser beneficiados”, conta Pedro.
Já no setor privado, Pedro Escóssia cita a instalação da empresa petrolífera 3R no Estado, que deve retomar as atividades de perfuração de poços e a reestruturação e reativação da antiga base da Petrobras. “Isso movimentará toda a cadeia de suprimentos, com aquecimento em todos os setores da construção civil, do leve ao pesado”, explica.
O presidente do sindicato, que também é engenheiro, acredita que os investimentos no setor devem beneficiar áreas populares: “As regiões com uma maior concentração de baixa renda serão as que vão receber os maiores investimentos na área habitacional com a construção de casas e apartamentos”, conta.