Tique-taque. O relógio conta cada segundo que passa. “O tempo não para”, já dizia Cazuza. Vivemos os dias baseados em horas cronológicas: hora de acordar, hora de dormir, hora de comer, hora de entrar e sair do trabalho, hora de brincar com os filhos, hora do lazer.
Muitas vezes para dar conta de todos os afazeres diários criamos rotinas para melhor organizar o tempo e aí, sem nem percebermos, entramos num ciclo, ligamos o piloto automático. Lembrei daquele filme “Click”, com o Adam Sandler, em que ele utiliza um controle remoto que funciona como um relógio da vida para ir para o futuro. Com um clique ele adianta quatro meses para conseguir uma promoção de trabalho e entra num loop viciante de cliques.
Outro dia estava pensando sobre o “sextou” e analisando os memes da internet que fazem um contraponto com a chegada do fim de semana e da segunda-feira. Piadas à parte, mas percebe como a ideia do “sextou” está diretamente ligada ao tempo e ao significado que damos à nossa vida? Inicia-se a semana com o humor péssimo, afinal é hora de voltar às obrigações (trabalho, estudos…) e fica contando os minutos para chegar logo a sexta-feira parar “sextar” de novo e curtir momentos de lazer e/ou descanso. Tique-taque.
E aí podem dizer: Então é errado ter rotina? De jeito nenhum! Muito pelo contrário. Algumas pessoas funcionam muito bem com suas rotinas criadas e bem planejadas, outras nem tanto. Embora, é importante refletir sobre o que você vem “empurrando com a barriga”, o que está infiltrado na sua rotina que está no piloto automático.
Além disso, você já se questionou sobre o que tem feito da vida? Você tem exatamente a vida que sempre desejou? Ah! Claro que nunca estamos 100% satisfeitos, sempre há algo a melhorar e a buscar. É mesmo? Estamos tão acostumados a pensar que sempre podemos ser mais, mais família, mais empenhado no trabalho, doar-se mais nos relacionamentos, se dedicar mais na vida fitness. É uma autocobrança incansável, que quando você percebe já está no seu limite, esgotadas.
Tique-taque. O relógio da vida continua a funcionar segundo a segundo. Entretanto, cabe a você ditar o seu próprio ritmo. Afinal, a mudança de vida é acrônica.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
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