Olá, queridos leitores! Sei que estou em falta com a escrita, mas os pensamentos não me dão trégua. O que não tem me sobrado é tempo (o tempo sempre presente e sempre escapando dos ponteiros).
Hoje escrevo sobre autoestima e vaidade. Duas palavrinhas que transitaram pelos meus roteiros esses dias. Na minha adolescência e juventude sempre fui mal diagramado. Me faltavam atributos estéticos, se é que me entendem (risos). Hoje, a maquiagem da TV me ajuda.
Mas minha autoconstrução tinha os alicerces firmes dos dois engenheiros da minha vida: minha mãe e meu pai. Dessa forma, os pilares que me sustentaram e me sustentam até hoje são sólidos como rocha. Aprendi que o mais importante é o que somos, o que carregamos dentro de nós. A nossa verdade. As nossas ações. A beleza dos sentimentos e gestos. Todos esses aprendizados forjaram em mim uma autoestima elevada. Uma consciência de quem eu sou e o valor que tenho (naturalmente que minha mãe agregava um superávit a mim e isso me ajudou a não me importar com os escassos predicados plásticos). Acontece, mas é muito raro que eu me perca de quem eu sou por conta do julgamento de quem não calçou minhas sandálias e nem fez o meu caminho.
Por quê trago essa história hoje?
Porque tenho observado o quanto muitos de nós estamos perdidos do que é de fato importante. Vejo como a vaidade tem se sobreposto a autoestima e machucado pessoas que têm tudo para brilhar, mas se deixam abalar pelas ciladas da opinião de terceiros.
Didaticamente gosto de um conceito do médico psiquiatra e escritor, Flávio Gikovate, sobre autoestima e vaidade. Gikovate – que publicou dezenas de livros, atuou como médico e consultor de programas de TV, traz a compreensão de que a autoestima é o juízo que eu faço de mim.
Me identifico muito com essa perspectiva. A autoestima não depende dos outros. Ela é fruto da nossa percepção sobre nós mesmos. O entendimento que temos sobre o que fazemos e todas as nossas capacidades. Como construímo-nos enquanto sujeitos (vide os pilares que falei lá em cima).
Já a vaidade, ela depende dos outros. A vaidade é o que os outros acham de mim.
Autoestima é o que eu acho de mim. Quanto maior a autoestima, maior a capacidade de domesticar a vaidade. Quanto menor a autoestima, mais escravo dos outros e da sociedade estamos nós.
A vaidade é um convite a ingressar num mundo superficial e sem a verdade que cada um de nós carrega. Aqui, do meu lugarzinho de observador, percebo um culto à vaidade. Uma importância demasiada em valorizar “o que os outros acham” e um esquecimento latente sobre “quem nós somos” e o que é de fato importante.
Minha sugestão de hoje é que voltemos nossos olhos para o que somos. Olhemos com carinho e reconhecimento para cada um dos nossos extraordinários valores. Assim, sem o peso da vaidade, podemos nos fundamentar no que verdadeiramente faz o nosso coração pulsar. No que nos arranca os sorrisos mais genuínos. Lembrar das lágrimas mais sublimes que beijam o rosto e irrigam os sonhos. Autoestima não tem peso. É como o amor. Quanto mais nos enchemos dela, mais leve fica o caminho. Sorria e seja gentil. Nosso dia memorável já começou.
Até breve!