Gabriel Henrique Silva Martins Araújo sempre gostou de matemática, mas nunca imaginou que a afinidade com os números lhe traria conquistas memoráveis. Aos 14 anos, o estudante da rede municipal de Currais Novos, no Seridó Potiguar, ganhou medalha de ouro na 18ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP).
Gabriel foi um dos três alunos do Rio Grande do Norte a conquistar a maior premiação da Olimpíada. Por mais que já tivesse conquistado uma menção honrosa na edição de 2022, a medalha de ouro pegou o adolescente de surpresa. “Eu já havia participado da OBMEP em 2022 e ganhei uma menção honrosa. As provas são sempre difíceis e esse ano não foi diferente. Confesso que não esperava que meu resultado fosse esse, mas fui abençoado com ele mesmo assim”, contou Gabriel Henrique ao TCM Notícia.
Criada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) em 2005, a OBMEP é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC). Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a competição contribui para estimular o estudo da Matemática e identificar jovens talentos da disciplina.
Em 2023 a Olimpíada reuniu mais de 18,3 milhões de alunos dos ensinos Fundamental e Médio e alcançou 99,78% dos municípios brasileiros e mais de 55 mil escolas.
Para a Escola Municipal Professor Humberto Gama, em Currais Novos, a medalha de Gabriel é resultado de um trabalho conjunto dos alunos com os professores que incentivam a participarem da competição.
“A medalha representa o reconhecimento do seu esforço e te lembra que você tem capacidade para alcançar algo muito maior do que as pessoas pensam que é possível, por isso ela é de grande importância para mim”, diz o estudante.
De acordo com as listas divulgadas pela OBMEP, a rede pública do Rio Grande do Norte, que engloba instituições municipais, estaduais e federais, teve um saldo de três medalhas de ouro, 16 medalhas de prata e 41 bronzes, além de mais de 100 menções honrosas.
Ainda segundo a OBMEP, os medalhistas nacionais são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) com aulas avançadas para desenvolvimento acadêmico. O intuito é estimular os estudantes a seguirem se dedicando à matemática. No que depender de Gabriel Henrique, a meta será alcançada.
“Pretendo trazer mais medalhas para a nossa cidade nos próximos anos, embora o desafio se torne mais difícil. Também quero ajudar os meus amigos a aprenderem essa matéria que tanto amo. Conhecimento não tem valor quando fica guardado”, afirma o medalhista.
ALUNOS MOSSOROENSES CONQUISTARAM PRATA E BRONZE
Alunos da rede pública de Mossoró também conquistaram medalhas: foram três pratas e cinco bronze. Aluna da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, Cleidyene Renata Silva Ribeiro participa da Olimpíada desde 2018. Para se preparar, ela costuma resolver as provas das edições anteriores.
“Geralmente resolvo as provas anteriores. Na medida que eu vou subindo de nível, de acordo com a série, eu faço as provas desse nível, e aí cada ano eu vou tentando aprimorar”, diz Cleidyene Renata.
A estudante conta que foi a partir da OBMEP que descobriu sua paixão pela matemática. Nos últimos anos ela conquistou cinco medalhas em competições nacionais e regionais. Dessa vez a conquista foi de prata.
“É uma prova muito importante para mim. É uma conquista bem importante, porque é o fruto do meu esforço durante o ano inteiro”.
Também aluna da Abel Coelho, Eva Moura Mendes já realizou a prova três vezes e nesta edição ganhou medalha de bronze. Foi estudando para a Olimpíada que ela percebeu sua habilidade com os números.
“A prova da OBMEP não é puramente conhecimento, ela tem um grande fator na lógica e é uma coisa que eu gosto muito. Acabei de perceber que eu realmente tenho essa habilidade”, explicou a estudante.
Indo para o 1º ano do Ensino Médio, Eva pretende continuar participando da OBMEP nos próximos anos. “Vou continuar fazendo a prova. É muito bom e agrega muito na vida futura, no currículo”.
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