Imagine que sua mente crítica é uma pessoa. Que tipo de pessoa ela seria? Ela é amorosa, gentil, alguém com quem dá vontade de estar perto e conversar por horas? Ou ela parece ser uma pessoa negativa, autoritária, duvidosa, arrogante, mal-humorada, implicante ou reclamona?
Ao se tratar de maneira dura ou crítica seu cérebro tem dificuldade em distinguir ameaças reais de ameaças imaginárias, respondendo à autocrítica como se fosse atacado por outra pessoa. E isso pode aumentar seu nível de ansiedade.
A autocrítica funciona como um combustível que fortalece suas crenças negativas sobre si mesma, sejam elas justas ou não. Parar de se criticar pode levar tempo, mas é possível desenvolver uma conversa interna mais compassiva.
Por exemplo, o que você diria à pessoa mais importante da sua vida ou a um amigo a quem se importa, se eles estivessem pensando e sentindo tal qual sua maneira, sofrendo pelos mesmos medos e talvez por não terem conseguido atender suas próprias expectativas em relação às coisas que se exigem? Você seria mesmo tão duro assim?
Afinal, por que exercemos a autocrítica e também criticamos alguém? Ambas, a crítica e a autocrítica, estão relacionadas com a incapacidade de ter uma visão positiva da vida e de si mesma. Por isso, costuma-se criticar o comportamento, não suportar as fraquezas e falhas próprias e alheias, preocupa-se demais com a opinião dos outros, está sempre na defensiva pronta para agir diante de uma ação ameaçadora (mesmo não sendo), tem crenças de insuficiência e busca aceitação.
Para diminuir o nível de criticidade é preciso desenvolver a capacidade de autocompaixão, como uma forma de compreensão pessoal e também para com os outros. Portanto, valorize mais os relacionamentos interpessoais, a aceitação, a validação dos sentimentos, a empatia, o apoio emocional.
A partir de hoje, tente mudar o tom na hora de se criticar, fale diferente consigo mesma em momentos difíceis, substitua a voz crítica interna por uma voz mais compassiva, amorosa e acolhedora.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
@leilaneandpsicologa