Por Alexandre Fonseca
Com os pés descalços tocando a areia e uma bíblia na mão, os atores que narram a história de Jesus Cristo dão início ao espetáculo “Paixão de Cristo” em sua segunda noite de apresentações, realizada no Domingo de Ramos (24), na Capela de São Francisco, no Bairro Belo Horizonte.
Entre atores, produtores e equipe técnica, são 50 pessoas envolvidas em um teatro a céu aberto que se propõe, há mais de 30 anos, a desenvolver narrativamente o passado do Messias, dos seus milagres, ensinamentos, morte e ressurreição.
O público acompanha toda a apresentação fazendo parte do cenário, montado em diversas camadas, no espaço da Igreja cedido para a peça. O realismo das vestimentas, a maquiagem e a fidelidade das reproduções impressionam.
No papel de Jesus Cristo, Carlos Eduardo, que há oito anos faz parte do projeto e, pela segunda vez, o interpreta. “O papel de Jesus para mim é muito importante, pela sua história. É necessário muita concentração, pois estamos lá pra transmitir tudo que ele passou em sua última semana de vida conosco”, comenta.
Já Maykon Alves, que teve sua primeira experiência lá em 2018, traz o perfil da tentação aos palcos. “A construção do personagem se deu no sentido de mostrar a indução ao pecado, deixar Jesus mais distante de Deus. Fazer parte da peça é uma forma que encontrei de me aproximar de Deus e tocar outras pessoas. A gente consegue evangelizar. A peça é parte de mim”, relata.
Na direção, Ruan Matheus que também coordena o grupo de teatro “Evangelizar é Preciso”. Para ele, dirigir a peça é uma grande responsabilidade. “É sempre muito difícil da preparação até o resultado final. São muitas noites de ensaios e uma dedicação muito grande de todos que fazem parte do grupo. A gente abdica de muitas coisas para poder realizar o espetáculo”, conta.
E claro que um trabalho grandioso precisa de muitas mãos. Ajudando na produção, está Maria Luiza que em anos anteriores interpretou outras Marias, como Maria Salomé, Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus. Em 2024, mesmo precisando se afastar da parte cênica, se manteve contribuindo. “Tive que me ausentar um pouco das cenas. Por causa da faculdade, acabei ficando mais nos bastidores, dando apoio com o coração apertadinho por não está atuando. Mas a emoção é a mesma: o nosso foco continua em levar a nossa mensagem de evangelizadores”, revela.
A representação também é uma oportunidade para descobrir novos talentos, como é o caso da pequena Maria Júlia, de 7 anos, que faz parte do núcleo das crianças e interpreta uma princesa. Sua entrada no palco é um momento de dança e teve um tempo específico de preparação. “Eu ensaiei durante um mês. Gosto muito de participar. É o meu segundo ano e eu acho tudo muito especial e emocionante”, descreve.
A edição 2024 da “Paixão de Cristo” promovida pelo grupo “Evangelizar é Preciso” estava cotada para ter quatro apresentações, mas a natureza inviabilizou duas delas com a chegada da chuva. A segunda e última encenação vai acontecer no dia 29 de março, na Sexta-Feira Santa, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, às 19 horas, no Alto da Conceição. Vale a pena ir prestigiar.
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