Olá, estimadas e estimados leitores,
Vamos aos devaneios dessa semana.
Se você pudesse voltar no tempo para qual dia da sua vida retornaria? Parece difícil responder a essa pergunta. Há naturalmente uma dezena de dias que valeriam a pena reviver. Reescrever. Corrigir. Aquela emoção surreal. Aquela sensação de paz. A resposta que não dei. A reação que não tive. Mas como já disse outrora nessa coluna, em cada amanhecer a página vem em branco. Não tem repetição.
“Um dia pode fazer sua vida. Um dia pode arruinar sua vida. A vida é feita de quatro ou cinco grandes dias que mudam tudo”. As frases são de um diálogo de um filme que vi algum tempo atrás e que conta, em suma, a história da relação de uma mãe (cheia de sonhos) e de um filho (cheio de dilemas) que viveram em busca da realização pessoal. Cada um a seu tempo. O filme é mediano (Os garotos da minha vida – 2000), mas me chamou a atenção por essas frases e a verdade que elas carregam.
Perdidas em uma das cenas do filme elas trazem uma reflexão pertinente e real. Se pararmos para pensar, é isso mesmo que acontece. Nossa caminhada é definida por cinco grandes dias (eu diria que talvez mais). Grandes pela importância que têm. Não necessariamente por serem dias bons. Mas por serem dias que determinam os caminhos, as escolhas, alegrias, dores, sorrisos. Dias que nos marcam profundamente e nos forjaram a ser quem somos.
Consigo determinar bem os grandes dias que fizeram minha vida até aqui. É bem claro na minha mente quais são eles. Dos que me marcaram pela alegria, consigo até lembrar dos cheiros, das texturas, das sensações, dos acordes das risadas que deram cor a cada momento. Das músicas que embalaram as batidas do coração. Dos dias que me desafiaram, celebro minha vitória, ratifico minha força e a certeza de que posso encarar quantos vierem.
Pare um segundo o que está fazendo e pense num dia de muita felicidade. Aquele dia que o coração estava em festa inundado de tanta alegria.
Agora, feche os olhos e procure lembrar de um dia em que sentiu que não teria forças (e teve).
Se essas memórias vieram à tona certamente fazem parte dos grandes dias da sua vida. Elas já moram em você. E são parte do que você é. Meus devaneios de hoje sugerem que possamos aprender a conviver bem com quem somos. Aprender a saborear cada segundo dos grandes dias da nossa jornada. Porque eles também passam. Compreender que até mesmo os instantes de maior desespero podem nos ensinar algo. Uma lição que custa caro (às vezes), mas que a gente só paga uma vez.
Uma semana de grandes dias para meus diletos leitores e leitoras.
moises@tcm10.com.br