Imagina deixar a própria casa, a família, os amigos e o trabalho, em busca da realização pessoal de um neto? Foi isso o que levou Seu Naldo e Dona Leidinha a saírem do município de Baraúna rumo à cidade do Rio de Janeiro.
Eles são os avós do pequeno Lucas Heytor, de nove anos. O casal cuida do garoto desde o início da infância, juntamente com a mãe de Lucas, que ficou na cidade de Baraúna tratando de um empreendimento da família. Desde pequeno, o menino é considerado uma das grandes promessas do futebol da região, tendo sido destaque em várias escolinhas, especialmente, no Corinthians do Sumaré, sob o comando do professor Jackson.
Segundo o avô, foram várias idas e vindas à Mossoró para os treinos. Em alguns casos, até duas vezes por dia. Mas o esforço valeu a pena.
O talento de Lucas com a bola logo atraiu as atenções do Fluminense, clube no qual foi aprovado após uma avaliação na cidade de Mossoró. A família está no Rio de Janeiro desde o início do ano. A rotina tem sido dividida entre estudos e treinos nos CT das Laranjeiras e Xerém, na cidade de Duque de Caxias-RJ.
Dona Leidinha, Seu Naldo e Lucas. Foto: cedida
Seu Naldo conta que o desafio de se manter na “cidade maravilhosa” é enorme, sobretudo, no aspecto financeiro.
“Aqui eu não trabalho porque aqui não tem como. A gente tem que tomar de conta dele, né? Pela manhã, tem escola, de tarde treino. Segunda-feira treina no CT do Fluminense. Na terça-feira ele treina aqui na Laranjeira, no futsal. Na quarta, eu faço específico com ele. Na quinta, treino no campo; Na sexta tem futsal e sábado e domingo é jogo. Então é uma correria ‘medonha'”, afirmou.
“Eu tenho uma panificadora em Baraúna e a minha filha (mãe de Lucas) toma conta. E a gente se mantém daí, entendeu? Aqui não é fácil. Muitas pessoas acham que eu estou ganhando dinheiro. Mas é assim, a correria é grande e a luta também”
O avô conta que as avaliações são semestrais. Atualmente, Lucas Heytor é o camisa 10 na categoria sub-09 do Fluminense.
“A cada seis meses tem uma avaliação. Se o garoto não for bem, é dispensado. Se for bem, fica. Aqui o menino tem que estar bem, jogando bem porque se cair de rendimento é dispensado”.
Em dezembro, a família estará curtindo o período de férias em Baraúna. Mas, segundo o próprio Naldo, será apenas um descanso. Tanto a família como o pequeno Lucas Heytor estão dispostos seguirem em frente em busca do sonho.
“Se perguntar pra ele se ele quer ir embora, ele diz que não quer não. Ele está muito feliz e nós estaremos juntos com ele”, concluiu.
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