Por Clara Fonseca/estagiária
No terceiro domingo de novembro, é comemorado o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito. Este ano, a data foi celebrada no dia 17. Neste dia, não só as vítimas são homenageadas, mas também seus amigos, familiares e todos os profissionais que lidam diariamente com essas ocorrências.
No Rio Grande do Norte, a BR-304, rodovia federal que liga o estado potiguar ao Ceará e à Paraíba, é a via que mais registra acidentes de trânsito. Informações disponibilizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram os números de acidentes ocorridos nesse trecho no período de 1º de janeiro a 31 de outubro deste ano.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 56 colisões traseiras, este ano houve um aumento de 6 casos. Quanto ao número de mortos e feridos, os índices apresentaram poucas alterações.
O levantamento mostrou também que ocorreram 18 acidentes provocados por animais soltos na estrada, além de um total de 7 acidentes envolvendo ciclistas. Também foram apresentados os trechos que mais registraram a ocorrência de incidentes.
Uma alternativa para a prevenção dos acidentes é a duplicação da BR-304. Em outubro deste ano, o Ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho, ao lado da Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e do presidente Lula, anunciou um investimento de R$ 360 milhões para finalizar a duplicação do trecho entre Natal e Mossoró.
Segundo Gustavo Coelho, Secretário de Infraestrutura do RN, as obras de duplicação foram divididas em quatro etapas, e duas delas serão entregues até o fim de dezembro. O restante deve ser finalizado até o final do primeiro semestre de 2025.
Clélio Sales, perito criminal, perdeu o filho, Gabriel, em um acidente na rodovia em maio de 2020. “Na época, eu tinha ido a Natal para realizar alguns exames do tratamento de câncer da minha sogra e, no retorno dessa viagem, próximo à cidade de São Rafael, em uma curva da pista, o motorista fez uma ultrapassagem ilegal e colidiu com meu carro de frente”, conta Clélio.
Depois do ocorrido, ele decidiu transformar o luto em combustível para lutar pela duplicação da BR, reunindo assinaturas, conversando com autoridades políticas, realizando campanhas e protestos. “Esse ativismo ganhou grande repercussão no estado, nos principais veículos de comunicação, com apoio da população, fazendo com que essas instituições trabalhassem em prol desse projeto”, declara.
Embora a duplicação da BR-304 seja uma opção para a redução dos acidentes, Clélio ressalta que outras providências também precisam ser tomadas: “O acidente de trânsito é resultado de três eixos principais que envolvem as condições da via, o motorista e as condições do veículo (…). Aí entra o trabalho permanente de educação e fiscalização por parte dos órgãos policiais e educativos, além de ações que envolvem melhorias, como a presença de iluminação, estruturas de proteção nas laterais das pistas, controle de circulação de animais e redutores de velocidade em trechos perigosos.”
De acordo com Gustavo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estuda outras medidas com o objetivo de reduzir os acidentes a números próximos de zero, como ajustes geométricos e sinalização.
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