Com informações da Fapern
Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado em Saúde e Sociedade da UERN tem promovido avanços concretos na saúde pública do Rio Grande do Norte. Conduzido pela enfermeira Grináuria de Sousa Maia Porto e apoiado pela Fundação de Amparo e Promoção da Ciência , Tecnologia e Inovação do RN (Fapern), o estudo gerou impactos diretos no diagnóstico precoce e no atendimento de pessoas vivendo com HIV/AIDS, ao identificar e tratar casos de coinfecção com o Trypanosoma Cruzi, que pode resultar na doença de Chagas.
A pesquisa, realizada no Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró, incluiu 993 pacientes e revelou que 2,6% deles conviviam com ambas as infecções. Embora esse índice seja superior à média nacional, o verdadeiro destaque está na resposta proporcionada pelo estudo: todos os pacientes coinfectados receberam tratamento adequado e passaram a ser acompanhados com mais atenção, o que representa um avanço significativo no cuidado com a vida dessas pessoas.
Mais do que revelar dados epidemiológicos, o estudo provocou mudanças práticas. A partir da pesquisa, o hospital incorporou o teste para Trypanosoma Cruzi/ Doença de Chagas nos protocolos de rotina para pacientes com HIV/AIDS, uma medida essencial para diagnósticos precoces e prevenção de complicações, como o comprometimento cardíaco. De acordo com a pesquisadora, essa mudança amplia o olhar sobre a saúde integral dos pacientes e demonstra como a ciência pode transformar o cotidiano dos serviços públicos.
“O apoio da Fapern foi fundamental para que pudéssemos acompanhar esses pacientes e garantir que todos recebessem diagnóstico e tratamento. Isso permitiu melhorar o prognóstico, evitar agravamentos e contribuir para uma vida mais longa e produtiva. Foi uma pesquisa com grande impacto social”, afirma Grináuria.
O trabalho reforça o papel essencial da pesquisa científica no fortalecimento das políticas públicas de saúde, especialmente em regiões vulneráveis. No oeste potiguar, onde está localizado o hospital, os resultados da investigação já se traduzem em vidas protegidas, diagnósticos antecipados e atendimento mais eficaz.
“A experiência mostra que, quando bem direcionado, o investimento em ciência gera frutos duradouros: salva vidas, qualifica o SUS e aproxima a pesquisa da realidade da população”, destaca o diretor-presidente da Fapern, Gilton Sampaio.

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