“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;” (Eclesiastes 3:1,2)
Em Mossoró, no coração do semiárido potiguar, florescem histórias que desafiam as estatísticas e reconfiguram o entendimento sobre o que significa empreender sendo mulher nordestina e potiguar, independentemente da idade. Em meio a barreiras culturais, econômicas e sociais, Ana Eliza, mais conhecida como Ana Brownie, e Helânia Maia, presidenta da Coomea (Cooperativa de Mulheres Empreendedoras e Artesãs de Mossoró e Região Oeste Potiguar), são protagonistas de narrativas potentes sobre resistência, inovação e transformação coletiva. Cada uma, a seu modo, determinou sua própria história para conseguir colher os frutos daquilo que plantaram.
Elas redefiniram o que significa empreender com propósito. Suas trajetórias, entrelaçadas pelo desejo de superar adversidades e pela força da colaboração feminina, mostram como o empreendedorismo pode ser uma ferramenta poderosa para o empoderamento e a inclusão.
A força da costura: Helânia Maia e a Coomea
Presidenta da Coomea, Helânia Maia lidera uma articulação que nasceu da dor: a invisibilidade de mulheres artesãs nas feiras, eventos e no mercado de trabalho. “Eu costumo dizer que tudo começou de uma dor. Nós não tínhamos visibilidade. Cada artesã tinha sua luta individual, e sentia a mesma ausência de reconhecimento. A cooperativa nasceu para mudar isso”, conta Helânia, cuja história se intrinca com gerações de mulheres costureiras, bordadeiras e artistas.
Para ela, o trabalho manual pode ser mais do que um ofício, pode ser uma ponte para a dignidade e a independência financeira. “Eu sempre digo que a Coomea significa pra mim gratidão.”, afirma Helânia, cuja liderança foi moldada pela superação de desafios pessoais.
“Tive que me blindar contra críticas. Como mulher, você precisa ser forte para não absorver o que dizem.”, reflete.
A Coomea é uma das primeiras cooperativas do estado formada exclusivamente por mulheres. Em meio à informalidade histórica do setor artesanal, a formalização da cooperativa no início de 2025 significou um marco de resistência e afirmação, levando para diversas mulheres dignidade, sustento e pertencimento. Reunindo diversas linguagens, desde o crochê até o biscuit, do macramê à costura criativa, a cooperativa também promove identidade cultural e transmissão de saberes.
As cooperativas femininas constroem um mundo melhor para muitas mulheres. Com um modelo de negócios justo e democrático, elas promovem a igualdade de gênero por meio da inclusão produtiva de mulheres, fomentando sua independência financeira e autonomia. Ao desempenhar esses papeis, as coops, — como também são chamadas —, têm contribuído significativamente para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, meta traçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” até 2030.
No Brasil, 9 milhões de mulheres representam 41% dos cooperados. Elas são maioria na força de trabalho dessas associações, com 52% de representação entre os empregados do setor, e contribuem para o cooperativismo em todos os ramos. Entre as lideranças das coops, as mulheres ocupam 23% dos cargos de alta gestão, percentual que vem crescendo desde 2020, segundo dados do Anuário Coop 2024.
A Coomea atualmente é formada por 20 mulheres, muitas delas em situações de vulnerabilidade, como mães solo, viúvas ou donas de casa que buscavam renda extra. Elas produzem peças artesanais como vestuários, bolsas e acessórios com a marca “Marias do Sol”. O nome reflete a identidade das artesãs, majoritariamente chamadas Maria, e a conexão com Mossoró, conhecida como a “terra do sol”. Ao contrário das lojas de fast fashion, produtos artesanais são únicos e carregam consigo uma história carregada de sentimentos. “Cada peça é única. Nossas roupas contam histórias, levam horas de trabalho e amor,” explica Helânia.
Além de gerar renda, a cooperativa também promove a autoestima e a profissionalização, com peças exibidas em feiras e eventos, como no caso do desfile que aconteceu este ano no Partage Shopping Mossoró, que contou com 10 a 12 artesãs desfilando suas próprias criações. O desfile ocorreu dentro da programação desenvolvida pelas artesãs em uma loja colaborativa que se instalou no shopping por um mês, afim de divulgar o trabalho e a arte das mulheres.
O impacto da Coomea vai além do econômico. Antes da cooperativa, muitas artesãs trabalhavam isoladamente, sem acesso a mercados maiores ou conhecimento sobre precificação e gestão. Por meio de consultorias, as mulheres aprenderam a valorizar seu trabalho, criar uma marca forte e planejar a expansão para outros estados e até mercados internacionais. “Tivemos capacitações que abriram nossos olhos. Antes, a gente não sabia como precificar ou usar o Instagram. Hoje, temos um cronograma de feiras até o fim do ano e estamos construindo um catálogo digital,” conta Helânia ao falar do apoio que tiveram do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Raquel Medeiros tem 29 anos, é artesã e membra da Coomea desde a fundação. “Entrei quando a cooperativa ainda era uma ideia, e hoje, já três meses após esse início, dessa ideia ter saído do papel, a gente já está tendo muito mais lugares para expor, para divulgar nosso produto, nossos trabalhos, e nossa cartela de clientes também tem aumentado, porque através da cooperativa, muitas pessoas começaram a nos seguir, começaram a acompanhar nosso trabalho.”, revela.
Assim como outras tantas mulheres que fazem parte da cooperativa, Raquel participou de capacitações do Sebrae como “Negócios de impacto – unindo lucro e propósito”, “Estratégias comerciais para vender e lucrar mais” e “Workshop de apresentação das linhas de crédito destinadas ao setor do artesanato.” Ela é artesã há cinco anos e conta que finalmente está conseguindo o reconhecimento que procurava. “Agora que eu estou vendo as vantagens. Agora que eu estou conseguindo sentir o reconhecimento a partir do artesanato, a partir do meu trabalho.”, conta.
Dados do Sebrae reforçam a relevância desse tipo de iniciativa: negócios de impacto social, como a Coomea trazem benefícios sociais e ambientais, criando um modelo de “ganha-ganha”. No Rio Grande do Norte, 71% dos pequenos negócios utilizam ferramentas digitais, com 84% usando o WhatsApp e 60% o Instagram para vendas. A Coomea está alinhada a essa tendência, com o Instagram @coomeapotiguar como vitrine e planos para um site próprio. “Queremos alcançar outros estados e até o exterior. Já temos apoio dos Correios para aprender a enviar nossas mercadorias,” diz Helânia, destacando a importância de parcerias com instituições como o Sebrae e Correios.
A força da cooperativa: um modelo de empoderamento
A Coomea representa hoje mais do que um negócio para essas mulheres, se tornou uma rede de apoio que transforma vidas. Helânia explica que a cooperativa oferece não apenas suporte técnico, mas também emocional. “Quando uma de nós está desanimada, as outras seguram sua mão. Estamos pensando em trazer uma psicóloga para o grupo, porque queremos que todas fluam de forma saudável,” diz. Essa abordagem holística é essencial em um contexto onde muitas artesãs enfrentam barreiras como baixa escolaridade ou preconceitos culturais. “Antes, éramos esquecidas. Hoje, somos reconhecidas como profissionais,” afirma Helânia.
A cooperativa também promove inclusão produtiva por meio de um projeto que visa formalizar o trabalho das artesãs em diversas cidades da região Oeste do RN. A Coomea permite que elas acessem mercados maiores e sejam vistas como empreendedoras, não apenas como “donas de casa que fazem artesanato”. Dados do Sebrae mostram que atualmente, essa região conta com 14.665 negócios femininos ativos, e iniciativas como a associação contribuem para esse crescimento.
Do brigadeiro ao império: a jornada de Ana Brownie
Ana Eliza, conhecida como Ana Brownie, tem 30 anos de idade e é uma das confeiteiras de maior sucesso em Mossoró, Rio Grande do Norte. A história de Ana começa como tantas outras: com poucos recursos, sem acesso à formação superior imediata, mas com uma ideia, coragem e um laço afetivo forte com o empreendedorismo. Inspirada pelo tio, um exemplo de superação em sua família, Ana desde cedo vendia rifas, cosméticos e pequenos produtos. Aos 17 anos, sem ter passado no vestibular e com apenas R$50 dados por sua mãe, Ana começou a vender marmitinhas de brigadeiro, impulsionada por um talento descoberto quase que por acaso. “Eu fazia bolos para as amigas, e nunca pensei que poderia ser um negócio. Até que minha sogra me ensinou a fazer um bolo para o aniversário do meu namorado, hoje meu esposo, em 2013. Foi como tirar uma venda dos olhos,” conta Ana. Esse foi o ponto de partida de um sonho que, hoje, se consolida como a “Império Doce” — uma confeitaria-referência na cidade e na região.
Ana enfrentou todas as dores de um negócio que nasce da informalidade: precificação errônea, falta de planejamento e ausência de capital de giro. Venceu o medo, quebrou paradigmas, assumiu riscos e buscou formação. Foi com o apoio do Sebrae, por meio do SebraeTec e do projeto Transformadores da Farinha, que ela organizou suas finanças, planejou um cardápio padronizado, sistematizou a gestão e estruturou um modelo de negócio replicável.
Ana transformou seu hobby em uma marca consolidada e, hoje, sua empresa opera em uma loja de 300 metros quadrados, que emprega 10 pessoas. A jovem empresária enfrentou barreiras comuns a muitas empreendedoras: a falta de conhecimento em gestão financeira e a dificuldade de equilibrar vida pessoal e profissional. “No começo, eu não precificava direito. Usava Nutella, leite Ninho, mas cobrava pouco. Às vezes, faltava capital de giro, e eu comprava fiado ou usava cartão de crédito,” admite. Foi com o suporte do Sebrae, especialmente na precificação e no planejamento, que ela estruturou seu negócio, aprendendo a criar fichas de custo e padronizar receitas. Hoje, por meio dos seus cursos, ela se tornou responsável por repassar todo o seu conhecimento adquirido para outras mulheres, as capacitando e oferecendo o suporte necessário para ajudá-las a desenvolver os seus negócios e alcançarem seus objetivos.
Além do sucesso comercial, Ana destaca a importância de sua conexão com a comunidade. Durante a pandemia, ela optou por manter sua equipe, mesmo enfrentando dificuldades financeiras. “Eu disse aos funcionários: temos dinheiro para três meses. Vocês preferem ficar em casa ou trabalhar para tentar segurar mais? Eles escolheram trabalhar, e juntos unificamos as operações em uma única loja,” conta. Essa decisão não apenas preservou empregos, mas fortaleceu a lealdade de sua equipe, composta majoritariamente por mulheres.
Nesse período, Ana teve que fazer a difícil escolha de fechar uma de suas lojas. Angustiada, ela pensava “Se eu fechar, eu não vou estar sendo egoísta”, foi quando uma amiga ligou pra Ana e ao conversar sobre o assunto, comentou: “Ana, tem um versículo que diz assim, Eclesiastes: ‘Existe um tempo determinado para todas as coisas acontecerem debaixo do céu. Há tempo de plantar, de colher, de nascer, de morrer.’”, e continuou: “Se o tempo de plantar foi nessa loja pequena e agora é a colheita, a colheita de você ter mais tempo, de você ter qualidade de vida.”
E Ana colheu. Foi nesse período que ela começou a gravar vídeos para sua consultoria online.
“O conhecimento é algo sagrado. Antes de ter acesso a ele, eu achava que bastava fazer bons doces. Depois entendi que empreender é muito mais que isso”, diz Ana.
Ela também é formada em Serviço Social e hoje lidera a Ana Brownie Cursos e Consultorias, empresa por onde já formou mais de 40 mil alunas dos mais diversos lugares do país.
No ano de 2023, após ser despejada do ponto onde funcionava sua loja, Ana protagonizou uma reforma relâmpago de dois meses em uma nova localização, sustentada pela fé e por redes de apoio, inaugurando o novo espaço, conhecido como “Império Fábrica”. Hoje, o local condensa todos os serviços da única Império Doce da cidade.
Dados recentes do Sebrae mostram que 42% das empresas no Rio Grande do Norte são lideradas por mulheres, e Ana é um exemplo vivo disso. Entre 2021 e 2025, o número de negócios abertos por mulheres no estado cresceu significativamente, de 10.298 em 2021 para 15.793 em 2024. Apenas no primeiro mês de 2025, já nasceram mais 4.061 novos negócios.
45% dos empreendimentos liderados por mulheres são majoritariamente femininos e sete em cada dez empreendedoras possuem sócias mulheres, segundo informações do Sebrae. O empreendedorismo é ferramenta de liberdade econômica e individual, instrumento de concretização de sonhos, de autorrealização, autoconhecimento e de transformação da realidade individual das mulheres e da sociedade.
Segundo o Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil, mulheres são criativas, determinadas, fortes e as que mais investem nas famílias, na educação dos filhos, empregam outras mulheres, passam a ser referência para seu ciclo social e assim, tornam-se agentes de transformação da sociedade.
Entre tramas, fermentos e redes: resiliência e apoio institucional
Embora os dados sejam promissores, ainda há um longo caminho a ser percorrido em busca de paridade. Mesmo que as mulheres estejam abrindo uma grande quantidade de pequenas empresas, 95% desses negócios nunca ultrapassaram a barreira dos seis dígitos de rendimentos e enfrentam diversos desafios para que sejam bem-sucedidos no Brasil, segundo um estudo abrangente que mapeou 81 organizações e 183 projetos voltados ao tema, realizado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Se Ana representa a força do empreendedorismo individual que se expande em escala nacional, Helânia Maia encarna o poder da organização coletiva. Embora no cerne das suas histórias elas tenham vindo de realidades distintas, ambas enfrentaram preconceitos de gênero. Ana precisou lidar com a constante associação do seu negócio ao marido.
“Algumas pessoas não se dirigiam a mim para falar sobre a Império, e sim ao meu esposo. Mas eu provei que quem começou fui eu,” diz Ana.
Helânia, com a resistência de grupos tradicionalmente dominados por homens e a sobrecarga do trabalho doméstico. Uma pesquisa do Sebrae de 2023 revela que empreendedoras gastam o dobro do tempo com tarefas domésticas, o que torna o equilíbrio entre vida pessoal e profissional um desafio constante.
Tanto Ana quanto Helânia ilustram como o empreendedorismo feminino vai muito além da sobrevivência econômica. Ele é ferramenta de transformação social, de cura emocional, de expressão criativa e formação de liderança. Não é por acaso que ambas trabalham com formação: Ana em seus cursos para confeiteiras e Helânia mobilizando e organizando mulheres para um modelo de negócio justo e solidário, além de ministrar aulas de moda no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Mesmo diante dos desafios, as visionárias à frente de seus empreendimentos enfrentaram as adversidades com coragem, amparadas pelo apoio familiar e pelo suporte institucional. Para Ana, foi o SebraeTec que trouxe conhecimento em precificação e gestão. Para a Coomea, o apoio da instituição e do sistema Ocern (Organização das Cooperativas do Estado do RN) foi essencial para a formalização e estruturação jurídica da cooperativa.
Como elas, outras mulheres potiguares lutam para conseguir se formalizar e se capacitar. Programas do Sebrae, como o Rota Digital e o Empretec, oferecem ferramentas para que seja possível superar barreiras e profissionalizar seus negócios. Agelda Feitosa é Analista Técnica da instituição e conta: “Temos algumas ações e alguns projetos que apoiam o desenvolvimento e o incentivo de mulheres empreendedoras do país inteiro. No Rio Grande do Norte não é diferente.”
O programa Sebrae Delas, por exemplo, promove capacitações específicas para mulheres, abordando desde gestão financeira até marketing digital. A plataforma Crédito Já facilita o acesso a crédito consciente, com o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) garantindo até 80% do valor de operações de crédito.
Nosso objetivo é mostrar que o ‘negocinho’ de casa pode se tornar um grande empreendimento. Trabalhamos desde a conscientização até a expansão,” diz Agelda.
O programa Rota Digital também é uma alternativa que ensina empreendedores em geral a usar ferramentas como WhatsApp Business e Instagram para aumentar vendas.
Quando o negócio impacta e vira legado
As histórias de Ana Brownie e Helânia Maia são exemplos de como o empreendedorismo feminino pode transformar comunidades. Ana, com a Império Doce, criou empregos e inspirou outras mulheres a acreditarem em seus talentos. Helânia, ao lado das empreendedoras da Coomea, construiu uma rede que empodera artesãs e valoriza a cultura local. Ambas mostram que empreender não é apenas sobre gerar lucro, mas também sobre impacto social, inclusão e a construção de um caminho mais justo.
A história de Ana Brownie é sobre identidade, sobre ser reconhecida numa cidade onde o “empreendedorismo feminino” ainda desafia estruturas preestabelecidas. A de Helânia é sobre tecer redes, manter viva uma tradição que se passa de mãe para filha e sobre transformar individualismo em comunidade.
Enquanto a sociedade ainda debate o lugar da mulher na economia, elas já estão construindo um futuro diferente. Ana, com seu império doce e pedagógico; Helânia, com uma cooperativa que acolhe e transforma. Suas histórias são a prova de que o desenvolvimento territorial é também feminino, coletivo e feito a muitas mãos.
“A Império não é sobre dinheiro. É sobre a minha história, minha vida, minha luta”, afirma Ana. “A Coomea é resistência. Somos filhas e netas de mulheres que não desistiram. Agora temos um espaço nosso, feito por nós e para nós”, diz Helânia.
A mensagem de Helânia para outras mulheres resume o espírito dessas trajetórias: “Não desistam dos seus sonhos. Mesmo que o caminho seja difícil, vocês são capazes.” Ana complementa: “Empreender é difícil, mas é minha história de superação. Enquanto Deus me der forças, estarei aqui.” Suas vozes, unidas pela busca por autonomia e independência, junto com a força que cada uma carrega com suas trajetórias, ecoam como um convite para que mais mulheres transformem suas ideias em grandes histórias de impacto.
Como no terceiro capítulo de Eclesiastes, as histórias de Ana e Helânia são feitas de ciclos, coragem e sabedoria para reconhecer o momento certo. Ana soube colher quando entendeu que sua loja era mais do que paredes; era um legado. Helânia plantou, em solo árido, a semente da coletividade, e hoje colhe frutos que se dividem entre muitas mãos. Ambas aprenderam que empreender também é escutar os silêncios do tempo, respeitar os ritmos da vida e transformar as pausas em recomeços. Porque no fim, empreender é isso: tecer futuro com os fios do agora.
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