O delegado de Polícia Civil de Assú, Valério Kürten, esclareceu a causa da morte de Luyz Ronaldo Carvalho Bezerra, de 11 anos, que faleceu na segunda-feira (02), após cair de um transporte escolar, na zona rural de Carnaubais.
No dia do ocorrido, Luyz trafegava em uma van, sendo o único passageiro além do motorista. De acordo com o delegado, uma brincadeira causou a fatalidade.
“Luyz era uma criança totalmente saudável e alegre. Conversei com profissionais da escola e com os pais. Não houve bullying nem violência doméstica. O fato é que sempre iam três crianças na van. Uma das crianças nos confidenciou que, a partir de abril, eles iniciaram uma brincadeira que consistia em abrir a janela traseira, do lado direito, se segurando em um rack (parte superior), conseguindo o acesso a uma escada na parte traseira. Então, nesse trajeto, quando passavam da cidade de Carnaubais, eles faziam essa brincadeira. E, nesse dia, o Luyz Ronaldo fez sozinho e, possivelmente, escorregou, caiu, bateu a cabeça numa pedra e veio a falecer”, esclareceu.
As investigações apontaram que o motorista não possuía a habilitação necessária para conduzir transporte escolar. Para o delegado, também houve negligência no cuidado com as crianças.

“Tomei o interrogatório do motorista e ele não é habilitado para conduzir esse tipo de veículo. Ele possui apenas categoria B e não fez o curso específico para esse tipo de trabalho. Portanto, ele é desqualificado para o ofício. Na condição de conduzir as crianças, ele tem o dever de cuidar delas. Então, nesse trajeto, ele foi negligente. Não vigiou as crianças de forma correta. Se desde abril as crianças faziam isso e a van tem um retrovisor grande do lado direito, como ele não percebeu?”, ressaltou.
O delegado Valério Kürten afirmou que aguarda os laudos finais sobre o transporte para concluir o inquérito policial e enviá-lo à Justiça. Ele também irá encaminhar um ofício ao Ministério Público, solicitando a apuração sobre a responsabilidade cível do município na contratação do serviço.
“Eu confesso que nunca vi um veículo escolar nessas condições. O transporte escolar com rack, ou seja, ele tem um acessório que facilita que a criança tenha essa ideia de sair da van pra fazer essa manobra. Não tem nem adesivo de transporte escolar. Não tem retrovisor central. Se houvesse, ele teria um cuidado maior. Foi uma sucessão de erros que combinou nessa tragédia. era um fato evitável.
O motorista responderá em liberdade, com a aplicação de duas majorantes: a ausência de habilitação para dirigir o veículo e homicídio culposo, já que a morte ocorreu em um veículo de transporte de passageiros.
Confira a entrevista completa do delegado sobre o caso:
Você precisa fazer login para comentar.