Nada mais oportuno do que a frase: vivemos tempos estranhos!
Há algum tempo atrás ou mais precisamente antes da existência em nossas vidas das redes sociais, pensávamos duas vezes antes de falar algo e sempre tínhamos cautela, pelo menos, regra geral, de não nos metermos em assuntos que não dominávamos.
Agora, de uma hora para outra, viramos juristas, médicos, engenheiros, especialistas em segurança e principalmente jornalistas com especialidade em clínica geral, e o pior de tudo isso é termos a inocência que podemos falar tudo que pensamos e que isso não gera nenhum tipo de consequência.
A chamada liberdade de expressão e pensamento, tão decantada e que realmente deve ser exaltada em um Estado Constitucional Democrático de Direito, como todas as liberdades e direitos não pode ser compreendida como algo absoluto e principalmente que o torna irresponsável por suas ações ou omissões quando ocasiona prejuízo aos semelhantes.
Infelizmente, temos exemplos terríveis dia a dia de pessoas que não medem suas palavras e gestos nas redes sociais cometendo ilicitudes que conduzem até mesmo a morte de outras pessoas, logo é chegada a hora da sociedade “baixar a bola” como se diz nessa “onda” de comentarista e metido em tudo, em especial quando adentra na intimidade de outrem.
A justificativa de que se não quer ser atingido basta não ter rede social é esdrúxula, pois as pessoas procuram as redes sociais para devida interação, não sendo razoável que nelas tenham seus direitos atingidos e sejam execradas publicamente, na maioria esmagadora das vezes sendo prejulgadas sem o devido processo legal e o pior sequer se aguarda o mínimo que seria pelo menos ouvir a sua versão.
A imagem de uma pessoa nos dias de hoje em uma rede social pode ser exterminada em minutos, e mesmo que se reponha a verdade após, dificilmente haverá na prática a devida reparação, logo o julgamento é sumário e regra geral sem qualquer tipo de defesa.
Só sabe a extensão do que se externa, nesse momento, quem já passou e todos os demais vão achar besteira de alguém que se acha dono da verdade por ser Juiz e Professor.
Ledo engano, pois esse pequeno texto sequer menciona aspectos jurídicos rebuscados, limitando-se a enunciar que não se pode entender como razoável a tese de que esses metidos a “sabe tudo” não vão responder na Justiça pelas suas insanidades, ou seja, as besteiras ditas podem e devem ser responsabilizadas com o rigor da lei, pois não se pode cometer ilicitudes através das redes sociais e achar que nelas se tem um escudo de proteção.
Na realidade, a Constituição e as leis protegem àqueles que são atingidos por todo tipo de violência que lhe gerem prejuízos de qualquer ordem.
Ter a sua imagem denegrida nas redes sociais por acusações genéricas é algo que pode comprometer a vida de uma pessoa, tanto na sua vida particular quanto profissional, logo esses comentaristas lunáticos precisam entender, de uma vez por todas que serão responsabilizados.
Pensar diferente dessa premissa é compreender as redes sociais de uma forma diferente de sua própria concepção, o que é inadmissível, daí porque, defendemos piamente que todas as empresas façam campanhas sistemáticas na linha de conscientização sobre abuso de direito e que as igliberdades não são absolutas, exercendo inclusive controle, mesmo que limitado, pois só assim poderemos minorar essa prática nociva atual das pessoas agirem por impulso e cometerem sem se sentirem crimes nas redes sociais e acharem natural, tamanha é a ignorância sobre a compreensão dos direitos em geral e a visão que possuem das redes sociais.
A minha esperança ainda é de mudança do prumo de nossa sociedade, também nas redes sociais e pelas redes sociais!