Fatos trágicos ocasionados por agentes da natureza ou humanos percorrem a história da humanidade. Tragédias mais recentes como a da boate Kiss (2013), Mariana (2015), Brumadinho (2019), Petrópolis (2022), as enchentes na Bahia e Minas Gerais (2022) e agora, em São Sebastião (SP) são alguns exemplos que volta e meia despontam nos noticiários e causam estarrecimento, incentivando redes de solidariedade e sentimento de empatia na população.
Os prejuízos são incalculáveis, afinal não se tratam apenas de perdas materiais. São danos imateriais, pessoais, ambientais e humanos que vem à tona e escancaram um problema social e econômico antigos. A pobreza, a vulnerabilidade das comunidades, a urbanização crescente sem planejamento, a ausência de políticas públicas, a deficiência habitacional, o impacto da ação humana no meio ambiente são alguns dos tantos problemas que demandam maior atenção.
Diante de situações como as citadas acima, o questionamento que emerge é “Como dar continuidade à vida depois de tantas perdas?”. Primeiro, é preciso entender que o luto é um processo emocional vivenciado associado a uma perda. Nem sempre essa perda limita-se à morte de alguém próximo, mas pode surgir a partir de outros tipos de infortúnios, como, por exemplo, o fim de um relacionamento, a falência de um negócio, problemas de saúde, a saída de um emprego, bem como sobreviver a uma catástrofe ou tragédia.
A manifestação do luto pode ser física, comportamental, emocional ou apenas silenciosa, variando sua intensidade de pessoa para pessoa. Assim como os sentimentos e emoções são reações próprias do cérebro humano, é preciso vivenciar o luto para que se possa restabelecer o equilíbrio emocional. Aliás, essa etapa é essencial para que se possa seguir a vida harmonicamente.
Como processo, o luto tem início, meio e fim. Portanto, se você está vivendo um luto demasiadamente difícil ou conhece alguém que esteja vivenciando situação semelhante, busque ajuda de um profissional da área ou oriente a buscar esse auxílio. Afinal, ele está mais preparado para ajuda-lo/a a dar novo sentido à sua vida.
Portanto, a psicoterapia pode ser uma ferramenta poderosa e essencial para auxiliar na (re)organização dos pensamentos e dos sentimentos relacionados à perda.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
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