Pessoalmente, eu nunca fui muito fã da boneca Barbie e seu mundo cor de rosa. Lembro bem que minha irmã mais nova sim, tinha coleções, casa da Barbie, vestidos, sapatinhos, acessórios diversos. Por sermos de idade aproximada, eu acabava brincando com ela também e criando a fanfic perfeita no imaginário da Barbielândia com o Ken e as amigas.
Ao longo dos anos, a Barbie virou símbolo de desejo para diversos públicos, não apenas para as crianças. Esteticamente, a boneca também sofreu alterações, surgiram cabelos com cores e formas variados, corpos mais reais, cor da pele e traços físicos representando a diversidade étnica. Com isso, a Barbie ultrapassou os limites do lúdico e adentrou na ideia de consciência sobre o seu papel na sociedade. Em 64 anos de existência a Barbie deixou de ser apenas um brinquedo e passou a ser considerada um ícone cultural e referência de moda.
Não à toa, desde que anunciado o filme live-action da boneca mais famosa do mundo criou-se uma expectativa em torno do título. Nas últimas semanas, o marketing foi tão intenso que nas redes sociais o lançamento do filme da Barbie foi um dos assuntos mais comentados. Até mesmo quem nunca nem brincou com a boneca nutriu a vontade de ver o longa.
Dados da rede social de compartilhamento de fotos, o Pinterest, apontaram que as buscas com termos relacionados à Barbie, como “barbiecore” e “moodboard barbie” aumentaram 980% e 1,290%, respectivamente, no último período.
Embora possa parecer, esse texto não tem a intenção de falar sobre a história da boneca ou do belo trabalho de marketing realizado com o intuito meramente mercadológico. É alertar sobre o longa, que embora tenha como estrela uma boneca, não pode ser assistido por qualquer pessoa.
O Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) divulgou a classificação indicativa do filme para acima de 12 anos. Se tem indicação classificativa é preciso respeitar a idade proposta. Certamente, o conteúdo a ser exibido pelo longa não é adequado para uma criança.
Barbie é um filme voltado para adolescentes e adultos. Entre as temáticas abordadas está crítica social, comportamento da mulher, feminismo, questões de gênero e de identidade, autoaceitação, inclusas num roteiro baseado no diálogo com teor adulto e com cenas de violência. Temáticas importantes que podem e devem ser apresentadas às crianças, mas antes precisam ser adaptadas ao seu nível de maturidade cognitiva.
Então, pai e mãe, você pode optar em levar sua criança ou você pode respeitar a indicação classificativa de idade para o filme. Caso ainda assim escolha a primeira opção, se prepare previamente para os questionamentos que podem surgir na sequência. A decisão é sua.