Olá queridas e queridos leitores!
Sem qualquer planejamento e de forma inesperada nossa coluna de hoje teve uma reunião de pauta. Na pausa para o cafezinho aqui na Redação, pedi uma sugestão de tema e os assuntos transitaram freneticamente. Racismo, má vontade, autogestão, entorpecentes, máscaras/filtros. Enfim, um apanhado de temáticas de repente dominou os dez minutos dessa conversa barulhenta, mas produtiva.
Optei por escrever sobre o racismo. Atitude que configura crime com pena de um a três anos de reclusão e multa.
Na semana que passou eu editava uma reportagem acerca de um episódio envolvendo um jovem atleta de 16 anos que marcou o noticiário e ganhou as redes sociais. O adolescente, jogador de basquete, participava de uma partida dos Jogos Escolares quando da arquibancada recebeu ataques e achincalhes racistas. É triste perceber que ainda há um longo caminho a ser percorrido para vencermos esse mal (lamentavelmente corriqueiro em arquibancadas do mundo inteiro).
Na ilha de edição, ao ouvir a fala do pai desse jovem não pude não me emocionar. A dor que ele sentiu ao saber que o filho fora alvo de ataques gratuitos e covardes simplesmente pela cor da pele ou pelo tipo de penteado. Parei a edição algumas vezes para digerir aquela sensação de angústia e concluir meu trabalho. O que ele pedia em sua fala (entre lágrimas e suspiros) era que nenhum outro adolescente filho de quem quer que seja passasse por isso.
Ao passo que seguia ouvindo os depoimentos, eis que o entrevistado fala de gratidão. Externou o agradecimento a uma mãe, um pai e um professor (cujos nomes ele não lembrou na hora) que de imediato protestaram contra o crime que acontecia no ginásio e acolheram o garoto alvo das ofensas. Também me emocionei. A reportagem mostrou bem como o ser humano por ser cruel, mas que também pode ser uma fonte de amor e proteção.
A narrativa de hoje nos sugere algumas reflexões:
Como pais, que tipo de ensinamentos estamos deixando para nossos filhos?
Como pessoas, em qual banco da arquibancada eu costumo sentar? No que ofende e discrimina? Ou no que incentiva e acolhe?
Já precisamos enfrentar mazelas demais na atual conjuntura social e econômica. Basta de racismo. Basta de preconceito. O mundo precisa é de amor, de respeito e gentileza.
moises@tcm10.com.br