Olá estimadas leitoras, estimados leitores!
Vamos aos devaneios desta semana. Hoje trago uma frase que gosto muito. Sobretudo porque precisamos estar prontos para o que não estava previamente planejado. Eu que o diga, sou dos que gostam de tudo devidamente combinado. Mas de uns anos pra cá tenho aprendido que o universo não recebe ordens. Na semana passada saí de moto e tomei um banho de chuva. Não estava no roteiro.
“Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar”. Não há caminho. O caminho se faz ao caminhar. A cada dia me aproximo mais da compreensão do poeta Antonio Machado. O espanhol rompeu com o modernismo e criou um gênero que ele batizou de “poesia eterna”. Gosto dessa denominação. Aliás, isso dá um poema. Afinal…
Toda poesia é eterna.
Vive o segundo infinito
ao tocar o coração.
Permanece latente na alma,
nos consome com calma,
Faz luz da escuridão.
O poema não morre
não padece de fome,
de amor ou de paixão.
Mora no sentimento,
na casa da saudade
no verso da canção.
Bom seria se a vida sempre nos surpreendesse em poesia. Mas é a prosa que nos faz criar casca e nos adaptar aos novos caminhos. Noutros tempos eu gastaria mais energia para tentar romper com as surpresas do percurso. Mas um bom banho de chuva não faz mal a ninguém. Como é bom perceber que podemos evoluir com o inesperado. Como é bom deixar que a necessidade de um ajuste na rota nos permita conhecer habilidades que dormiam no calabouço do comodismo ou na rede da preguiça. Pense sobre isso.
Boa semana!
PS. Deixei para postar à tarde e, acreditem, tomei outro banho de chuva. Bom demais!