Olá, caras leitoras e caros leitores!
Vamos ao devaneio dessa semana. Dia desses parei alguns minutos para pensar sobre o tempo. Cheguei ao entendimento (uma visão bem particular) de que hoje o tempo é a nossa maior riqueza. Sou um tanto chato quando preciso cumprir minha rotina dentro dos minutos previamente destinados a cada uma das atividades. Minha disciplina não costuma dialogar bem com quem não é bom de horários (alguns chamam isso de chatice. Talvez tenham razão).
Voltando ao tema da nossa coluna. O tempo. Ah, o tempo!! Que variável mais imprecisa e ilusória. Ele sempre vai correr quando queremos que ele pare. E vai caminhar lentamente quando clamamos pelo minuto seguinte. Um segundo de felicidade apaga um século de tristeza. Um instante de amor sufoca com sorrisos a angústia que outrora encontrou morada. Já pensou sobre isso? Como podemos ser arrebatados de um segundo para o outro. E tudo mudar.
Aquele gol nos acréscimos, os cinco minutinhos a mais na cama, um último beijo antes da despedida, um feriado no meio da semana, aqueles segundos que precedem um reencontro. Como o tempo pode nos fazer feliz.
Somos feitos de instantes. E muitas vezes perdemos a chance de a p r o v e i t a r – Escrito assim mesmo. Separado para ler demorado. Não paramos para aprender com a natureza. Apesar de todo o avanço da tecnologia, o universo segue o seu passo. Uma alvorada preguiçosa, horas até que o sol atinja seu ápice. Um entardecer paciente, seguido da noite (quase sempre) silenciosa.
Mas muitos de nós, não. Nos perdemos dessa dinâmica natural. Queremos ir de encontro ao curso dos ponteiros.
Vejamos:
Você aí do outro lado da tela, quantas vezes já acelerou o áudio do seu whatsapp?! Percebe como queremos que o tempo corra depressa. Que os minutos tornem-se segundos e os segundos, centésimos.
Não é uma crítica. Admito que algumas vezes deixo o áudio na velocidade 2. Quanta injustiça com meus interlocutores. Quando parei para pensar sobre isso reconsiderei minha conduta. As pausas são parte da nossa existência. Ouvir o outro é sinal de respeito e generosidade. Além de nos proporcionar uma melhor compreensão.
Precisamos deixar que o tempo seja simplesmente o tempo. Nem correr, nem conter. Apenas celebrar a dádiva de ser. Do contrário a vida vai apertar o 2x e estaremos ocupados demais para contemplar os pequenos milagres.