Hoje vou fugir das minhas habituais divagações mais leves e subjetivas. Preciso escrever sobre o triste episódio que manchou a história da jovem democracia brasileira. Como jornalista, me sinto na obrigação de me posicionar acerca dos crimes absurdos que se multiplicaram aos montes na tarde deste 8 de janeiro, na Capital Federal. Como cidadão me envergonho das barbáries protagonizadas por tantos brasileiros. Atos que não trazem na bagagem qualquer justificativa. A insanidade prevaleceu sobre a coerência.
Já escrevi aqui noutra oportunidade sobre os extremos. Sobre como o universo nos dá lições que pouco utilizamos. Penso comigo quando e onde nos perdemos enquanto sociedade? Por quê grande parte do nosso povo se tornou tão pequeno e mesquinho? Pessoas doentes. Cegas, mergulhadas em movimentos que usam o nome de Deus e propagam a violência, a estupidez, a humilhação. Organizações que pregam a igualdade e a justiça, e na surdina surrupiam a dignidade de um povo.
Divergir é algo natural. Discordar. Debater. É das diferenças que surgem as possibilidades. O novo olhar. Os caminhos alternativos. Toda unanimidade é burra. Não há sensatez em querer que o outro pense como eu. Não há honradez em não sabe respeitar os vencidos e vencedores.
É triste perceber que tanta gente ignora os reais problemas da humanidade. Num mundo com quase tudo, com tanta gente com quase nada. Que possamos, mesmo que poucos, olhar com mais humildade para o futuro que nos espera. Que não percamos a esperança de nos reencontrar enquanto nação. Enquanto humanos. Enquanto brasileiros.
Boa semana!
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